ATA DA
CENTÉSIMA DÉCIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
DA NONA LEGISLATURA, EM 08.10.1987.
Aos oito dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Décima Oitava Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Centésima Décima Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Adão Eliseu, 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado o policiamento junto à Escola Santa Rita de Cássia na Rua Silveiro, 1640; pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Informações, acerca da realização da “muamba” da Escola de Samba Imperadores do Samba, na Av. Érico Veríssimo; pelo Ver. Ennio Terra, 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado a instalação, através da Brigada Militar, de um posto policial no Núcleo da COHAB - na Rua Eduardo Prado; pelo Ver. Jaques Machado, 01 Pedido de Providências, solicitando pavimentação da Rua M ou L, que interliga a Rua Irmão Inocêncio Luiz à Rua Ibanez André Pithan Souza, no Parque Residencial Morumbi; 01 Projeto de Resolução nº 42/87 (proc. nº 2247/87), que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Fernando Jorge Schneider; pela Ver. Jussara Cony, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 100/87 (proc. nº 2213/87), que concede estabilidade provisória aos diretores da entidade representativa dos servidores municipais e dá outras providências; 01 Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 19/87 (proc. nº 2212/87), que altera os artigos 76 e 141 da Lei Complementar nº 133, de 31.12.85; pelo Ver. Nilton Comin, 03 Pedidos de Providências, solicitando troca de lâmpadas da Av. América nº 103, troca de lâmpadas em frente aos prédios nºs 539 e 577 na Rua Mostardeiro, desentupimento de bueiro da Rua Barão do Tramandaí, em frente ao prédio nº 251; pelo Ver. Rafael Santos, 01 Indicação, sugerindo ao Exmo. Sr. Presidente da República que, através da Secretaria Especial de Ação Comunitária da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, situada na Rua Voluntários da Pátria nº 513, nesta Capital, seja verificada a distribuição dos tickets de leite do Programa Nacional do Leite para crianças carentes na Vila Nova Brasília. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 610/87, da Câmara Municipal de Aracajú, SE; 732/87, da Câmara Municipal de Fortaleza, CE; Ofício Circular nº 09/87, da Câmara Municipal de Esteio, RS; Cartas do Sr. Wilson Bueno, Editor do Jornal Nicolau da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná; do Sr. Adolpho Puggina; Cartão da Família Wender; Telegrama do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, MT. A seguir, a Srª. Presidente registrou a presença, no Plenário, de alunos do Curso de Aplicação Professora Dinah Néri Pereira, acompanhados das professoras Maria Luiza Steffen,Eliana Borba Menezes e Medelis Frota dos Santos, comunicando ser a Sra. Medelis Frota dos Santos viúva do Ver. Lealcino dos Santos, ex-Companheiro desta Casa. Após, a Srª. Presidente acolheu Questão de Ordem do Ver. Flávio Coulon, acerca do “quorum” necessário para o início dos trabalhos da Sessão Ordinária de amanhã, tendo em vista ter sido encerrada, ontem, a discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 90/86 sem que se tenha conseguido o “quorum” necessário para a votação deste projeto”. Ainda, a Srª. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Adão Eliseu, Kenny Braga, Raul Casa, Isaac Ainhorn, Aranha Filho, Antonio Hohlfeldt, Flávio Coulon e Bernadete Vidal, acerca de Seminário a ser realizado na Casa, sobre a Municipalização do Ensino e da não-participação da Comissão de Educação e Cultura na organização deste evento; dos Vereadores Aranha Filho, Clóvis Brum e Isaac Ainhorn, acerca da cobrança de taxa para a inscrição no Seminário sobre Municipalização do Ensino. Na ocasião, foi solicitado pelo Vereador Clóvis Brum, a juntada de todas as Questões de Ordem feitas com referência ao Seminário sobre a Municipalização do Ensino, a ser realizado na Casa, assim como que esse material seja levado ao conhecimento do Sr. Presidente deste Legislativo e o desconformismo deste Plenário pela não-participação da Comissão de Educação e Cultura no assunto. Ainda, o Ver. Clóvis Brum apresentou Requerimento oral, solicitando providêncais da Mesa no sentido de que fosse efetuada a imediata suspensão da cobrança da taxa de inscrição para o Seminário sobre a Municipalização do Ensino, o qual deixou de ser votado em face da inexistência de “quorum”. Ainda, o Ver. Frederico Barbosa comunicou que, mesmo participando da Mesa, até o presente momento desconhecia a realização do Seminário sobre a Municipalização do Ensino. A seguir, a Srª. Presidente informou que, por decisão da Mesa,estava suspensa a cobrança de taxa de inscrição para o Seminário sobre a Municipalização do Ensino a ser realizado na Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Flávio Coulon saudou a presença, na Casa, de alunos e professores do Instituto de Educação. Comentou notícia do Jornal do Comércio do dia vinte e quatro de setembro, intitulado “Travessia perigosa”, acerca dos problemas enfrentados pelos pedestres para atravessarem o cruzamento das ruas Setembrina com Luiz Englert, salientando proposta do Ver. Isaac Ainhorn, de instalação de um quebra-molas naquela área, declarando-se contrário à mesma. Analisou a solução encontrada pela Secretaria Municipal de Planejamento, de construção de um túnel no local, para fazer a ligação da Perimetral com o túnel da Conceição, dizendo ser esta a solução ideal porque compatibiliza a continuação da Primeira Perimetral e viabiliza a realização do Centro Cultural planejado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O Ver. Hermes Dutra registrou o transcurso, hoje, do Dia Nacional de Serviços dos Lions Club, discorrendo acerca desta Instituição, sua fundação, crescimento e trabalho realizado dentro da filosofia de liberdade, inteligência, ordem, nacionalidade e serviço por ele difundido a nível internacional. Teceu comentários sobre projeto que se encontra sendo desenvolvido pelo Lions Club, de arrecadação de fundos para a aquisição de um “Acelerador Nuclear”, a ser utilizado pelo Hospital Santa Rita, no combate ao câncer. O Ver. Lauro Hagemann teceu comentários sobre o pronunciamento feito, ontem, em rede nacional, pelo Presidente da República, criticando o mesmo e declarando ser ele resultante de posicionamentos pessoais e não de busca de soluções concretas para as necessidades do povo. Atentou para a existência e acomodação das forças burguesas retrógradas nos setores políticos e econômicos do País. Falou sobre o aumento das tarifas dos transportes coletivos concedidos pelo Prefeito Municipal, salientando a possibilidade de novos aumentos em face da elevação, ontem, do preço dos combustíveis. Discorreu sobre a falta de credibilidade das instituições políticas do País, analisando os reais motivos e conseqüências desta situação. Registrou o transcurso, hoje, do vigésimo aniversário da morte de Che Guevara, destacando a necessidade de profundas reflexões sobre a necessidade de encaminhar corretamente o processo revolucionário na América Latina. O Ver. Luiz Braz comentou problema que trouxe a esta Casa, anteriormente, acerca da destinação a uma tribo carnavalesca de local ocupado pela Creche do Clube de Mães Legionárias do Trabalho, congratulando-se com o Pref. Alceu Collares, pela solução do caso, com a permanência da creche em seu local e a busca de nova área para a efetuação dos ensaios da tribo carnavalesca. Falou da participação do Executivo Municipal na Multifeira, com a representação de quase todas as secretarias expondo seus trabalhos no local, indagando dos objetivos dessa medida e dos custos que ela ocasiona a Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Adão Eliseu criticou a atuação do Gov. Pedro Simon à frente da administração do Estado, comentando passeata realizada, ontem, pelas mulheres de Policiais Civis da Cidade, em protesto contra os baixos salários recebidos por esses policiais. Discorreu sobre o trabalho realizado pela Brigada Militar em defesa da segurança da nossa população. Parabenizou e apoiou as senhoras que fizeram esse movimento em prol da melhoria da situação funcional de seus maridos, declarando seu protesto pela incompetência do Governo Estadual no encaminhamento desta questão. Ainda em COMUNICAÇÕES, o Ver. Kenny Braga congratulou-se com o Pref. Alceu Collares por ter atendido a Resolução do Tribunal Regional Eleitoral, quanto às normas da propaganda eleitoral, dizendo que S. Exa. ordenou a limpeza de todos os locais públicos pichados. Falou que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente deveria cobrar dos responsáveis pelas pichações o custo dispendido na repintura desses locais. Comentou o pequeno número de Vereadores no Plenário, criticando que o funcionamento das reuniões das Comissões Permanentes seja no mesmo horário das Sessões Ordinárias. Solicitou da Mesa soluções para este problema. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Flávio Coulon solidarizou-se com as esposas dos cabos e soldados da Brigada Militar em seu movimento reivindicatório por melhorias salariais. Disse que o Gov. Pedro Simon está fazendo o possível para atender esse setor. Congratulou-se com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura, mais precisamente com a Divisão de Cultura, na pessoa de seu Diretor, Prof. Joaquim José Felizardo, pelos trabalhos desenvolvidos nos quatro meses de sua gestão à frente daquela Entidade. Criticou o Prefeito de Porto Alegre, pela não-contratação de vinte e nove fiscais concursados e não aproveitados pela Administração, a qual alega falta de verbas. O Ver. Antonio Hohlfeldt teceu comentários a respeito do aumento ilegal das tarifas de transporte coletivo em Porto Alegre, discorrendo sobre as controvérsias que vêm se verificando em torno dos mandados de segurança e de ação cautelar impetrados por S.Exª. e um grupo de Vereadores da Casa. Criticou a atuação do Sr. Procurador do Município ao afirmar que as empresas de transporte são concessionárias quando, na verdade, são permissionárias. E o Ver. Frederico Barbosa falou sobre Projeto de Resolução, cuja redação está concluindo, que disciplina a concessão de títulos honoríficos para a Cidade de Porto Alegre, analisando o assunto. Disse, no que se refere a homenagens dentro do Grande Expediente que se manifestará contra, para que os trabalhos possam fluir com maior presteza. Ainda, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Ignácio Neis, Flávio Coulon e Isaac Ainhorn, acerca da regimentalidade da representação externa em que se encontra a Verª Gladis Mantelli; do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca da regimentalidade de requerimentos orais e escritos que são apresentados à Mesa; do Ver. Aranha Filho, sobre o horário regimental das Sessões de terças e quintas-feiras; do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca do decoro parlamentar a ser mantido pelos Parlamentares em Plenário; do Ver. Frederico Barbosa, acerca de acordo existente entre as Lideranças da Casa quanto aos pronunciamentos dos Parlamentares em período de Liderança nas Sessões de terças e quintas-feiras. Na ocasião, o Sr. Presidente comentou acordo feito entre as Lideranças da Casa no que se refere aos pronunciamentos em Comunicação de Líder nas Sessões de terças e quintas-feiras. Os trabalhos estiveram suspensos por um minuto nos termos do art. 84, I, do Regimento Interno. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezessete horas e quatro minutos, convocando os Senhores Vereadores para as Reuniões das Comissões Permanentes, a seguir, e para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Teresinha Irigaray, Jaques Machado e Adão Eliseu, o último nos termos do art.11, § 3º do Regimento Interno, e secretariados pelos Vereadores Frederico Barbosa e Jaques Machado. Do que eu, Frederico Barbosa, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Vice-Presidente e por mim.
A SRA. PRESIDENTE (Teresinha
Irigaray): Havendo
“quorum”, declaro abertos os trabalhos da presente sessão.
Quero registrar a presença aqui neste Plenário dos alunos do Curso de
Aplicação: Professora Dinah Néri Pereira, que estão acompanhados pelas
professoras: Maria Luiza Steffen, Eliana Borba Menezes e Medelis Frota dos
Santos. A professora Medelis é a viúva do nosso ex-companheiro, Ver. Lealcino
dos Santos, tragicamente falecido, da Bancada do PMDB. Temos a mais profunda
consternação pelo seu falecimento. Estamos muito felizes em recebê-los. Esta
Presidente que está aqui, Ver. Teresinha Irigaray, foi aluna da Dinah Néri
Pereira. Portanto, uma tarde muito feliz.
O SR. GETÚLIO BRIZOLLA
(Questão de Ordem): Sra. Presidente, gostaria de saudar as crianças que são bem-vindas ao
Plenário. Quando eu pedi a Questão de Ordem havia só três Vereadores, agora,
encheu de Vereadores.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa solicita aos alunos
que se mantenham em silêncio e deixem os Vereadores trabalharem.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão
de Ordem):
Faço um apelo no sentido de que a Mesa mantenha sempre um dos integrantes
presentes, uma vez que, ontem, o Ver. Jorge Goularte, por ter assumido a
Presidência da Mesa acabou encerrando a reunião, quando eu pedia uma Questão de
Ordem, ignorando totalmente esse pedido. Encaminhando agora a minha Questão de
Ordem, gostaria que a Mesa esclarecesse que, tendo em vista que foi encerrada a
discussão de um Projeto ontem, no término da Sessão, qual o “quorum” necessário
para serem iniciados os trabalhos amanhã?
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a sua Questão
de Ordem, e dará a resposta no decorrer da Sessão.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Em primeiro lugar, eu me escuso por não ter discutido a Ata, que eu entenderia
como uma omissão, mas, necessariamente, se a Mesa se entender, não haveria
necessidade até de constar na Ata. É que, ontem, quando a Sessão era presidida
pelo Ver. Jorge Goularte, ao final do encerramento da discussão do Projeto de
Lei do Legislativo nº 90/86, de autoria do Ver. Wilson Santos, ele entendeu
que, encerrada a discussão no dia de ontem, na sexta-feira, só haveria
encaminhamento e votação. Eu só queria dizer que foi uma liberação da Mesa, nos
trabalhos de ontem, mas que não consta na Ata. Como é uma questão importante,
eu entenderia que deveria fazer parte da Ata.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a Questão de
Ordem do Ver. Isaac Ainhorn, acha procedente, mas a Diretoria Legislativa
informa que consta na Ata que a discussão foi encerrada e que, sexta-feira,
haverá encaminhamento e votação.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Lê a Ata.)
“Encerrado o processo de discussão, foi efetuada nova verificação de
“quorum”, constatando-se a inexistência de “quorum” para a votação do Projeto.”
O SR. ISAAC AINHORN: Aceito. Fica bem assim.
A SRA. PRESIDENTE: Fica, porque se subentende,
Vereador, que está encerrada a discussão, havendo encaminhamento na próxima
Sessão.
O SR. ISAAC AINHORN: A preocupação é no sentido
de que, como nem todos os Vereadores falaram no período de discussão,
eventualmente, poder-se-ia reabrir a discussão. Mas, como já foi encerrada a
discussão, passa-se tão somente ao processo de votação.
O SR. ADÃO ELISEU (Questão
de Ordem):
Desejo os esclarecimentos da Mesa para o seguinte: Acabo de receber um convite
para o Seminário sobre a Municipalização do Ensino, que se realizará nos dias
23/24 e 25 de outubro. Quem convida são os Vereadores Brochado da Rocha e
Gladis Mantelli. Eu gostaria de saber da Mesa por que não está sendo convidada
a Comissão de Educação e Cultura da Casa, alguns membros desta Comissão, ou,
pelo menos, o Presidente da Comissão, que é o Ver. Clóvis Brum; fui perguntar,
e ele também não tem conhecimento desse Simpósio, desse grande acontecimento
que poderia e deveria envolver, de uma forma global, total a Comissão de
Educação e Cultura. Me surpreendi, porque faço parte da Comissão e não fui
convocado para integrar, ou para participar da organização desse Simpósio,
porque acho que a Comissão de Educação e Cultura deveria ser parte integrante
nos estudos para a realização desse Simpósio. Solicito a V. Exa. que, depois de
estudar o problema, seja estudada também a possibilidade de suspender esse
Simpósio e reestudá-lo. Isso me parece muito grave.
O SR. KENNY BRAGA (Questão
de Ordem):
Queria me somar à interrogação e à perplexidade manifestada pelo meu colega de
bancada, Ver. Adão Eliseu de Carvalho, e que também tenho, em mãos, esse
convite, para o Seminário de Municipalização do Ensino e incrivelmente constato
que o local para as inscrições para a participação no Seminário é o gabinete da
Ver.ª Gladis Mantelli. Quero saber se esta é uma prática que vai prosperar na
Casa, porque de repente, se esta prática vai prosperar, vou colocar o meu
gabinete à disposição para fazer todas as inscrições a respeito de eventos que
se realizem nesta Casa.
O SR. RAUL CASA (Questão de
Ordem):
Sra. Presidente, seguindo a mesma linha de raciocínio, é uma situação que nos
leva a um constrangimento já que não me lembro de ter aprovado, em Plenário,
nenhuma manifestação nesse sentido, e, evidentemente, na ausência da Vereadora
proponente do Seminário, nós ficamos em uma situação de constrangimento, e
temos certeza de que a Bancada do PMDB está instruída a respeito desse assunto
e poderá nos fornecer todos os esclarecimentos, respondendo às dúvidas dos
vereadores porque há um constrangimento muito grande e, conforme for o
posicionamento da Bancada do PMDB, a Bancada do PFL pedirá formalmente a
suspensão do referido Seminário.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Normalmente poderia até ser uma atividade de um gabinete, quando vejo o convite
que é feito pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, aliás muito bem, pelo
seu Presidente, mas entendo que havendo uma Comissão Permanente nesta Casa que
trata assuntos de educação e cultura, estaremos abrindo um grave precedente em
permitir que, sob os auspícios da Câmara, sejam feitos eventos desta natureza,
razão pela qual me preocupo, na medida em que eu presido uma Comissão
Permanente da Casa, assim como outros colegas que presidem outras comissões e seria
transformado tudo uma verdadeira balbúrdia. Muito mais sério e mais grave,
haveria um esvaziamento das Comissões Permanentes da Casa. Isto é sério, grave
e a Casa deve se posicionar a respeito. Não poderemos convalidar um ato dessa
natureza quando o assunto não foi discutido em Plenário e quando a Comissão
está alheia ao evento, conforme informação de dois membros da Comissão,
observando-se o programa, constata-se que não há a participação de nenhum
vereador, nem da Comissão de Educação e Cultura ou outro vereador. Sou grato.
O SR. GETÚLIO BRIZOLLA
(Questão de Ordem): O meu Partido, o PDT, está trabalhando e corrigindo aquilo que o Ver.
Clóvis Brum e outros colegas de Bancada falaram, mas tenho certeza de que esse
Seminário é furado e continua sendo furado porque não adianta um tocar no
ouvido do outro e não trabalhar. Por que não fazem igual ao Getúlio Brizolla,
sempre trabalhando?
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, o assunto merece da Mesa e de nós, Vereadores, o maior
respeito e providências, inclusive, razão pela qual eu peço à Mesa extrema
ponderação para resolver este assunto, porque este documento está assinado pelo
Presidente da Casa e, certamente, não são só os Vereadores, como outros, os
convidados para este evento. Este assunto é extremamente relevante, e pediria a
V. Exa. e à Mesa que ponderasse junto ao Vereador que levantou a Questão de
Ordem, Ver. Adão Eliseu, porque este documento leva a assinatura do Presidente
da Casa. Se foi extemporâneo ou não, se é do desconhecimento do Presidente da
Comissão de Educação, da Comissão Permanente, este é um problema que a Casa não
pode ser envolvida, como um todo, porque esses convites já devem estar,
inclusive, em mãos de convidados. Agora, que este documento sirva de exemplo
para tantos outros que certamente advirão.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sra. Presidente, acho que se está fazendo tempestade em copo d’água,
já que as duas partes eventualmente responsáveis se acham ausentes da Casa,
Ver. Gladis Mantelli e o Presidente. Acredito que, recolhidas às questões
levantadas, como disse o Ver. Aranha Filho, espera-se evidentemente as pessoas
estarem presentes para que se possa encaminhar uma solução. Nada mais do que
isso.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe as Questões de
Ordem dos Srs. Vereadores. Apenas se acha numa situação extremamente
constrangedora porque está substituindo o Presidente. A ausência da Verª.
Gladis Mantelli, também proponente, implica esta situação. E eu pediria a
compreensão do Plenário. Vamos esperar - talvez seja uma medida mais salutar -
o retorno do Sr. Presidente da Casa para poder decidir a questão. Acho que as
partes têm razão, há sensibilidade por parte da Comissão de Educação, na figura
de seu Presidente, seus membros não foram comunicados, mas nós estamos com as
figuras que propuseram, ausentes. E eu na Presidência me sinto muito
constrangida e até assombrada para poder tomar qualquer atitude. Pediria a
compreensão dos meus nobres pares para esta situação que está muito delicada e
que poderá vir a ferir sensibilidades, sem haver necessidade.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, Srs. Vereadores. Interpelado que fui por Vereadores
integrantes da Comissão de Educação sobre a realização deste evento e por que
motivo a Comissão não havia tratado no âmbito de seus integrantes a realização
de tal evento, não-sabedor do referido conclave, nem porque o assunto tivesse
passado no debate pela Comissão, nem porque tenha votado matéria em Plenário,
respondi aos integrantes da Comissão de que eu nada sabia sobre tal conclave.
Pela seriedade do assunto, pela importância do assunto, Sra. Presidente, pelas
atribuições específicas de cada Comissão Técnica e Permanente da Casa, requeiro
à Mesa a juntada de todas as manifestações ocorridas neste Plenário hoje e a
Questão de Ordem interposta pelo Ver. Hermes Dutra na Sessão de ontem para que,
de posse dessa documentação, seja levada ao Sr. Presidente da Casa com a
manifestação de constrangimento da Comissão de Educação da Câmara Municipal de
Porto Alegre, que não está participando deste evento e que não irá participar
deste evento, salvo não se encontre uma solução à altura da realidade da Câmara
de Porto Alegre no trato dessa matéria e de outras matérias no âmbito das suas
Comissões Permanentes. Feito isto, Sra. Presidente, reitero a necessidade da
juntada de todas as manifestações para que o titular Presidente da Câmara, tão
logo retorne da viagem que faz a Brasília, possa aquilatar o inconformismo do
Plenário da Casa e a desconsideração para com uma Comissão Permanente
especificamente que trata da educação. Como Presidente da Comissão, Sra.
Presidente e Srs. Vereadores, falo neste momento, não como integrante do PMDB,
mas como Presidente de uma Comissão Permanente que tem o dever de zelar pela
sua integridade, de zelar pelos seus objetivos e, acima de tudo, transmitir à
Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre o desconforto desta Comissão
diante de um fato e de um ato à revelia e até que não está a merecer a
credibilidade do Plenário da Casa. Ora, se não merece a credibilidade do
Plenário da Casa, o evento tem que ser suspenso imediatamente.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe o que o Ver.
Clóvis Brum propõe e o que tira essa Presidência de uma situação
desconfortável, nós faremos a anexação de todas as manifestações.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Para surpresa minha, diante de tais fatos, analisando e avaliando o documento
que se encontra em minhas mãos, vejo que leva o apoio, o patrocínio da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Conta com o apoio de CPERS, Associação APMPA e ACPM
e ao mesmo tempo cobra uma taxa de 100 cruzados dos participantes. É o primeiro
evento da Câmara Municipal que cobra dos participantes uma taxa...
A SRA. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa já ouviu
V. Exa., acha procedente, já justificou ao Plenário que o momento é delicado, é
difícil. Aceitou a ponderação do Presidente da Comissão de Educação em anexar
todas as tomadas de posição das Bancadas no Plenário e aguardará apenas a
chegada do Sr. Presidente da Casa e da proponente para poder decidir. A Mesa
acha-se neste momento, com esta Presidente, incapacitada de resolvê-lo. Apóia e
acha viável a proposição do Ver. Clóvis Brum, em anexar tudo que aconteceu aqui
para que a Mesa, após o regresso do Presidente, tome a sua devida resolução.
Acho, Srs. Vereadores, que é o caminho mais sensato.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão
de Ordem): Vereadora,
só para reafirmar e reforçar a sensata decisão da Presidente da Mesa. O assunto
se presta a emocionalismo, à grande discussão, mas as duas pessoas envolvidas
neste assunto estão ausentes do Plenário e aqui neste momento com estes
convites na rua, com estes convites circulando, com este co-patrocínio, já não
é um assunto que pertença só à opinião do Plenário, mas é um assunto que
envolve a Câmara inteira em si. De modo que eu reforço a posição da Presidente
da Mesa, como Líder da Bancada do PMDB no sentido de que este assunto seja
levado ao Sr. Presidente e seja levado à Ver.ª Gladis Mantelli tão logo ela
retorne.
A SRA. BERNADETE VIDAL
(Questão de Ordem): Sra. Presidente, eu gostaria de me manifestar, também, já vim disposta
a fazê-lo, estupefata, surpreendida com essa atitude da Ver.ª Gladis Mantelli
que, estando na Europa, faltou aos nossos trabalhos. Recebi um convite - sendo
integrante da Comissão de Educação desta Casa - recebi um convite para o
referido Seminário, quando deveria estar participando da sua elaboração e da
sua coordenação já que sou integrante da Comissão. Por isso minha estranheza
com o fato. Apóio o Ver. Clóvis Brum, que é presidente da Comissão. Que esse
precedente não venha a virar moda nesta Casa. As comissões devem ser
prestigiadas; do contrário, não há razão de existirem.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Sra.
Presidente, um dos itens fala numa cobrança de taxa. Agora, Sra. Presidente e
Srs. Vereadores peço como uma questão liminar, como um pedido liminar, que esta
Presidência, no exercício, comunique ao local de inscrições a suspensão da
cobrança de taxas. Isso como medida liminar. Não pode a Câmara cobrar taxas para
discutir problemas que é da sua competência, que é da sua obrigação. Os
Vereadores são bem pagos para tratar desse assunto. Agora, para tratar de
assuntos da coletividade, de problemas de educação, a Câmara cobrar taxas para
discutir? Isso começa a me preocupar. Como medida liminar, solicito que a
Presidência, no exercício, determine a suspensão da cobrança das taxas e a
devolução aos que já pagaram, até que o Sr. Presidente Ver. Brochado da Rocha
retorne. Não há nenhuma lei ou deliberação deste Plenário que autorize a Câmara
a receber dinheiro, receber verbas, a não ser aquelas verbas justificadas na
Lei Orçamentaria, fora disto a cobrança é ilegal e se torna até desagradável.
A SRA. PRESIDENTE: Vereador, a matéria está
vencida, a Mesa acolheu todas as questões propostas e apenas solicita ao
Plenário o retorno dos ausentes.
O SR. CLÓVIS BRUM: Presidente, pedi como medida
liminar, na minha Questão de Ordem, que a Presidência da Casa, hoje, determine
ao setor de inscrições o cancelamento destas inscrições que estão ocorrendo num
gabinete dentro desta Casa, não há lei que autorize a cobrança destas taxas, o
Plenário não autorizou. Então solicito que seja sustada a cobrança destas
taxas, a partir deste momento.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, quero, inicialmente, parabenizar V. Exa. pela equilibrada e
cautelosa decisão com relação à primeira parte do tema, que foi, exatamente,
aguardar a presença do Presidente e da Secretária da Casa. Mas, acho que foi
apontado por alguns Vereadores, o Ver. Aranha Filho e posteriormente pelo Ver.
Clóvis Brum, algumas irregularidades muito graves, porquanto a decisão de
cobrança de taxas, pelos entendimentos havidos, já, é completamente irregular.
Então, sob este aspecto temos que suspender “in limine” a cobrança das taxas.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa é democrática, Ver.
Isaac Ainhorn, e vai submeter ao Plenário esta decisão. A Mesa submete aos
Vereadores presentes o pedido do Ver. Clóvis Brum.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, somente para dizer que é constrangedor para V. Exa. tratar
deste assunto, também é, tenha a certeza, por parte de nós, Vereadores.
A SRA. PRESIDENTE: Vereador, estamos num
impasse, e a maneira mais democrática de resolver os impasses é pelo voto. O
Plenário é soberano para tomar esta decisão. Eu não me outorgaria este direito
de sustar a decisão do Presidente da Casa. O Plenário é soberano para resolver
a Questão de Ordem levantada pelo Ver. Clóvis Brum.
Ver. Clóvis Brum, não há “quorum” para se proceder à votação, mas fica
registrado o pedido de V. Exa. Esta Presidência encaminhará, no regresso do
Ver. Brochado da Rocha, ao Presidente desta Casa, para que haja suspensão
dessas taxas.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, “data venia”, volto a divergir de V. Exa., democraticamente,
tinha decidido submeter ao Plenário. Neste momento, não há “quorum” de votação,
mas poderá tê-lo dentro em pouco, ou amanhã pela manhã. Então, esse
Requerimento do Ver. Clóvis Brum poderia ser votado hoje ou amanhã,
independente do aguardo da presença dos demais Vereadores que serão aguardados
exatamente para explicar o outro problema.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa agradece a cooperação
dos Vereadores que estão ajudando a Presidência, neste impasse, que está penoso
na Casa e acha que a idéia do Ver. Isaac Ainhorn é viável, assim que tenha
“quorum”, nós colocaremos em votação o Requerimento do Ver. Clóvis Brum.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Independente do “quorum” ou não. V. Exa. quis apenas democratizar a decisão,
mas V. Exa. tem toda a autoridade para decidir.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa também acha,
Vereador, mas o momento é bastante difícil e confesso a V. Exa. que esta
Presidência está atravessando o pior momento desde que assumiu esta Casa e pede
a cooperação dos seus pares.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Havia uma solicitação inicial, deste Vereador, que foi deferida pela Mesa no
sentido da juntada de todos os pronunciamentos para a apreciação da Presidência
titular da Casa. Eu reitero o desconforto de ter que transmitir à Presidência
da Casa que, neste exato momento, e agora com o conhecimento da Mesa, se está a
cobrar uma taxa para que os Vereadores de Porto Alegre possam ou queiram
discutir o problema da municipalização do ensino. Este é o ponto alto da minha
Questão de Ordem. A Mesa não sabia, já sabe, está a se cobrar dentro, num
recinto desta Casa, uma taxa para que os Vereadores de Porto Alegre, muito bem
pagos, possam discutir os problemas do ensino em Porto Alegre.
A SRA. PRESIDENTE: Ver. Clóvis Brum, V. Exa.
tem o fato como concreto, então a Mesa vai suspender por 5 minutos a Sessão
para saber se, realmente, tem procedência a denúncia de V. Exa.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h57min.)
A SRA. PRESIDENTE (às
15h01min): Estão
reabertos os trabalhos. Pedimos aos Srs. Vereadores que tomem assento em suas
tribunas. Nós temos que resolver o impasse surgido.
O SR. FREDERICO BARBOSA
(Questão de Ordem): Chegando há pouco ao Plenário e já percebendo o problema que estava
desde ontem na mesa de meu gabinete, inclusive, com a questão dos funcionários
de saber quando eu deveria também contribuir com a questão, gostaria de deixar
bem claro à Casa que como componente da Mesa desconhecia até o momento, até a
execução do Seminário e muito mais a cobrança de taxa. E não estou satisfeito,
Sra. Presidente, é que ao entrar na Casa fui inquerido por pessoas perguntando
quanto custará o seminário de esportes que estou propondo a este Plenário, que
certamente não custará nada, porque ninguém está fazendo seminário aqui para
cobrar. Portanto quero deixar absolutamente claro ao Plenário que desconhecia
qualquer medida neste sentido que me foi comunicado por um convite vermelho,
preto e branco que foi colocado em minha mesa ontem à tarde.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Desejo passar às mãos de V. Exa., Sra. Presidente, como um documento oficial
que circula na Casa, o convite do Seminário de Municipalização do Ensino, onde
no seu rodapé está a ficha de inscrição e estipula em 100 cruzados a taxa de
inscrição. E quero perguntar se a taxa está sendo recolhida também para a
Tesouraria da Casa.
A SRA. PRESIDENTE: Ver. Clóvis Brum,
imediatamente a Presidência vai mandar fazer o levantamento sugerido por V.
Exa. para ver se existem realmente taxas cobradas e que fim está sendo dado a
este dinheiro. Quero apenas esclarecer ao Plenário que os trabalhos foram
reabertos para colocarmos em votação o pedido de V. Exa. para sustar a taxa.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Em
momento algum eu fiz um requerimento para ser votado e, em momento algum fiz
denúncia, porque não cabia fazer denúncia de um documento que circula
escancaradamente nos gabinetes de todos os Srs. Vereadores, e que passei às
mãos de V. Exa.
(O Sr. Getúlio Brizolla solicita Questão de Ordem.)
A SRA. PRESIDENTE: Ver. Getúlio Brizolla, a
Questão de Ordem está sendo dada ao Ver. Clóvis Brum. Se V. Exa. esperar, a
Questão de Ordem também será dada a V. Exa.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sra. Presidente, não só
requeri à Mesa que mandasse sustar o pagamento de taxas de um evento que a Casa
vai promover, na sua função específica de debater os problemas da Cidade, como
também vou requerer mais, que seja feita a devolução das taxas já pagas. Sou
grato.
O SR. GETÚLIO BRIZOLLA
(Questão de Ordem): Quem não conhece Clóvis Brum? Sempre enchendo o saco! Agora vamos
colocar uma verdade: ele teve Questão de Ordem dez vezes, eu não tive nenhuma.
Pedi uma Questão de Ordem para colocar uma verdade, e não mentiras, pois não
sou da Vila Jardim. Quero que esta Casa registre o encontro desses tais
Vereadores que chegam aí só complicando e atrapalhando o trabalho da Mesa.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
É muito sério este problema. Eu entendo que V. Exa. quer ter o respaldo do
Plenário, o que acho correto, mas foi constatada, realmente, uma irregularidade
que, talvez por um desaviso ou para cobrir alguma despesa do desaviso, foi
levantado o assunto de cobrar Cz$ 100,00. Acho que foi suscitada uma grave
irregularidade, a cobrança, e a mesma não foi autorizada. A Câmara tem um orçamento
próprio, os Vereadores ganham bem, e tem mais um detalhe, Vereadora, que eu
acho extremamente importante: no momento em que se luta pela municipalização do
ensino, que V. Exa. foi Secretária da Educação, e que estamos lutando por um
ensino público, gratuito e universal, condenando a prática de cobrança de taxa
escolar dos pais dos alunos, nós estarmos cobrando taxa? É o pior exemplo que
esta Casa pode dar à opinião pública de Porto Alegre. Sou grato.
A SRA. BERNADETE VIDAL
(Questão de Ordem): Eu sugiro que a Mesa procure se reunir para que chegue a um bom termo
nesse assunto, uma vez que está sendo desconsiderada a Comissão de Educação.
Volto a insistir nisso. Nós mesmos, da Comissão de Educação, não sabíamos do
Seminário, tampouco dessa malfadada taxa. Por isso eu, como membro da Comissão
de Educação, solicito à Mesa que tome providências imediatas para que a
Comissão volte a ser considerada nesta Casa e também as pessoas que serão
convidadas para este Seminário, porque, depois disto, nós queremos colocar
roleta lá na porta da Câmara para cobrar entrada.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa agradece a
intervenção da Ver.ª Bernadete Vidal e comunica ao Plenário que chegou a uma
decisão, consultando os dois membros da Mesa que estão aqui. Resolvemos
suspender a taxa cobrada para o Seminário e aguardaremos a chegada do
Presidente e da Ver.ª Gladis Mantelli, para os devidos esclarecimentos.
Mandaremos proceder, também, a uma sindicância para saber o que já foi cobrado.
Estão suspensas as taxas do Seminário, por decisão desta Presidência.
Passamos às
Com a palavra, o Ver. Flávio Coulon, por transposição de tempo com o
Vereador Nilton Comin.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, me lembra a Vereadora Bernadete Vidal a saudação às professoras e
aos alunos do Instituto de Educação. Então, quero saudar as Professoras Maria
Luiza Steffen, Eliane Menezes e Medelis F. dos Santos, que aqui estiveram com
seus alunos e que, face às sucessivas Questões de Ordem levantadas, esgotaram
seu tempo e foram embora.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Há um ditado que diz: perde-se um amigo, mas não se
perde a oportunidade de dizer o que se pensa. Não estou querendo dizer com isto
que vou perder a sua amizade, mas V. Exa. levantou um assunto que eu acho
importante nós questionarmos. Tenho todo o respeito por V. Exa., mas acho que
trazer crianças pequenas para o Plenário foi uma má idéia. O Plenário exige
silêncio e isto é uma tortura para as crianças. De minha parte, passarei a
recomendar às professoras que não faças isto. Nós vimos as crianças aqui e
vamos reclamar delas quando respondem presente à chamada? São crianças de 5/6
anos. Acho que esta não é uma boa idéia. Eu discordo do nobre Vereador Hermes
Dutra, mas, como a discussão não é essa, Vereador, vou entrar no assunto
específico e gostaria muito de debater com o Ver. Isaac Ainhorn o assunto que
vou colocar desta Tribuna. Reporto-me, em primeiro lugar, a uma notícia do
Jornal do Comércio, de 24 de setembro, coluna Painel Urbano, onde o colunista
Caio Juruá, sob o título de “Travessia Perigosa” diz que “os pedestres têm que
fazer malabarismos e muito jogo de cintura para atravessar o cruzamento das
Ruas Setembrina com Luiz Englert, proximidades do Viaduto Imperatriz
Leopoldina, ao lado da Redenção, no desvio que foi feito para o Túnel da
Conceição, os carros e transportes coletivos vêm de todos os lados”, e transpor
aquela via pública é realmente um perigo. Trata-se do famigerado contorno da
Primeira Perimetral, que foi adotado pela Prefeitura Municipal. Na semana
passada, tomei conhecimento, através da imprensa, que o Ver. Isaac propõe um
quebra-molas naquela travessia do Instituto de Educação, em direção à Reitoria,
no sentido de proteger as crianças da mesma escola. É contra essa proposição
que pretendo me insurgir, desta Tribuna, porque justamente essa idéia de fazer
esse contorno, de fazer esse tipo de obstáculo acabará concretizando aquele
desvio, e acabará sacramentando o fim da continuação da Primeira Perimetral no
projeto e traçado para o qual ela foi pensada e projetada. No momento em que
nós consideramos aquela solução como sendo definitiva, começa surgir esse tipo
de obstáculo ao trânsito. Primeiro lugar, anarquiza o trânsito, porque aquilo
ali não é Avenida Padre Cacique; segundo lugar, sacramenta, exatamente aquilo
que a Reitoria da UFRGS está querendo fazer, que é acabar com a Primeira
Perimetral, e eu gostaria de lembrar ao Ver. Isaac que é uma solução da
Secretaria Municipal de Planejamento um túnel para fazer a ligação da
Perimetral com o túnel da Conceição, que é a solução proposta por seu Governo e
que V. Exa. resolve dar forças numa solução totalmente diferente. Essa solução
de túnel, da SMT, é a ideal porque compatibiliza a continuação definitiva da
Primeira Perimetral, acabando com os cruzamentos, viabiliza o grande sonho do
Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em fazer o Centro
Cultural, um plano excelente e que apoiamos, mas viabiliza, também, o plano do
Sr. Reitor, e, mais ainda, este túnel, ao fazer essa ligação e viabilizar não
só o trânsito, como a Primeira Perimetral e o Centro Cultural, resgata para o
Parque toda a Rua Luiz Englert, Paulo Gama e Setembrina. Vamos incorporar ao
Parque novamente, deixará de ser rua. De modo que esta é a solução pela qual
devemos batalhar e nos debater. Não é ficar sacramentando com quebra-molas,
etc., numa situação de contorno. Nunca mais vamos terminar a Perimetral e é
isto que alguns setores estão querendo fazer. Podemos investir nisto aqui e não
em programas de creches que não estão ainda bem especificados.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Parabenizo V. Exa. pela exposição que rebate um
Projeto do Ver. Isaac Ainhorn. Isto devolve à Redenção aquela situação de
antigamente, possibilitando que os animais que ali estão possam viver mais
sossegadamente. A solução dada, e que hoje é presente, tem um sentido
provisório. Eu era contra o quebra-molas, anteriormente, porque tinha certeza
de que se permitisse o primeiro quebra-molas, ele iria proliferar, e aí está um
prova, de forma que o que V. Exa. está trazendo até nós é realmente muito
importante. Mas, assim como dou o aparte, quero cumprimentá-lo pelo ar
professoral de V. Exa., que da tribuna nos mostra e demonstra toda a sua
preocupação.
O Sr. Frederico Barbosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, os meus cumprimentos, em segundo
lugar, adendo ao aparte do Ver. Aranha Filho: ninguém autorizou quebra-molas
nesta Cidade, pelo menos fora do Executivo. É ilegal, continua sendo ilegal, a
responsabilidade judicial será, certamente, do Prefeito Municipal de Porto
Alegre e do Secretário dos Transportes, nós não aprovamos, vamos deixar bem
claro. É contra a lei o quebra-molas. Em terceiro lugar, recebi ontem e farei
um pronunciamento, ofício da SMT. Lembra V. Exa. da sinalização diante das
escolas? É cara. Precisam comprar o dispositivo de uma sinaleira, precisam
comprar dois, o cano que vai de um lado e de outro precisa ser emendado e precisa
uma barra a mais de cano. Vou trazer aqui um apanhado técnico do custo disto
aí, e vamos ver o custo das vidas das crianças, o custo da ilegalidade
certamente comprovada, da instalação do quebra-mola e o custo da barra de cano
a mais.
O SR. FLÁVIO COULON: Quebra-molas e sonorizador,
para mim, não é uma solução técnica, é um castigo que é imposto à falta de
cultura e à falta de educação do motorista porto-alegrense. É como tal que eu
encaro. Os bons motoristas acabam sendo prejudicados também. Os bons,
infelizmente, são minoria.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero cumprimentar V. Exa. por ter trazido este
assunto à discussão, e isso se constituiu, primeiramente, num Pedido de
Providências para o estudo técnico, de parte da SMT.
Agora, quero dizer o seguinte: eu pessoalmente também entendia que, a
exemplo do que ocorreu em frente ao Beira-Rio, que a solução ali,
rigorosamente, não era o quebra-molas, que a solução ali passava, inclusive,
por uma passarela, e até tive uma discussão neste sentido, porquanto as pessoas
não respeitam a passarela. Disse, não, mas o Poder Público tem a obrigação de
colocar os equipamentos urbanos necessários para a segurança de seus cidadãos.
Na realidade, foram colocados quebra-molas ali na frente da Av. Beira-Rio e o
que se constatou efetivamente é que produziu e repercutiu um efeito positivo,
embora não seja também uma solução definitiva; não acredito que seja. Agora com
relação a esse problema específico ali, digo a V. Exa., estive observando
juntamente com a direção do Instituto de Educação Flores da Cunha a forma pela
qual os ônibus estão entrando ali. Eu pessoalmente participo da posição de V.
Exa. de que a solução correta, definitiva, sonhada por todos nós, é a do túnel,
não há dúvida nenhuma. Agora, o concreto, a realidade do dia-a-dia, até que
isso se torne realidade, é que os ônibus estão passando por ali, adentrando
para chegar na Av. Oswaldo Aranha, eles passam entre a Reitoria e o Instituto
de Educação. E quando fazem aquela curva ali na Av. Setembrina, o fazem com uma
velocidade exagerada. Isso, evidentemente, coloca em risco a segurança dos
escolares e professores que atravessam ali. Tanto isso é verdade que foi uma
questão discutida, também, não só com a direção, mas também com o Prefeito da
Reitoria que estava preocupado com este problema. Evidentemente que a solução
que V. Exa. aponta, elimina completamente o problema de quebra-molas,
sinaleira, ou o que lá seja, porque realmente transforma aquilo na realidade do
que já o foi, mas hoje não é, e alguma coisa deve ser feita, até para se evitar
que vidas, eventualmente, sejam ceifadas. Não vamos poder chorar depois,
simplesmente. Sou grato, e de qualquer maneira quero dizer a V. Exa. que o
cumprimento; acho que tema desta natureza - aqui é o foro de debate e discussão
- até eu poderia estar errado numa solução definitiva; aponto isso como uma
solução transitória até porque não tenha grandes amores por quebra-molas. A
verdade é o seguinte: se é para proteger vidas de crianças que se coloque
quebra-molas em frente a todas as escolas da Capital. Faça-se uma pesquisa e
vai se ver isso. Lá, por exemplo, cito até para que V. Exa. me perdoe o
prolongamento do meu aparte, lá no Colégio João XXIII, onde também os carros de
meus filhos me cobram que a Prefeitura coloque um quebra-molas lá na frente. E
assim de V. Exa. fizesse uma pesquisa, certamente todas as escolas gostariam de
ter quebra-molas.
O Sr. Kenny Braga: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu sinceramente não entendo a ojeriza de
certos Vereadores desta Casa em relação ao quebra-molas colocado na Av. Padre
Cacique. Não é de entender, faço um esforço extraordinário para entender e não
entendo esta ojeriza. Eu pergunto o seguinte: - não interessa a Lei - quantas
crianças foram mortas ali depois que foram instalados os quebra-molas? Nenhuma
criança morreu. Então, eu quero todos os automóveis quebrados em Porto Alegre e
nenhuma criança morta, assassinada pelo trânsito maluco de Porto Alegre. Uma
visão comprometida com a vida, uma visão responsável, valoriza mais a criança
do que automóvel. Então, aquele quebra-molas ali é absolutamente necessário e
foi uma medida certa, correta do Executivo, pois nenhuma criança morreu e
nenhum lar está chorando uma criança.
O SR. FLÁVIO COULON: Eu proponho que o próximo
Vereador venha aqui e fale sobre o quebra-molas que eu também quero entrar no
debate.
A minha preocupação maior, Ver. Isaac Ainhorn, é no sentido de que nós
criemos uma filosofia, uma certeza, uma solução de que esta solução é melhor e
nós trabalhamos em cima dela, porque se nós começarmos a divergir a respeito
das soluções nós vamos fazer o jogo daqueles que não querem que o túnel saia,
porque nunca vai ter dinheiro, sempre vai ser uma obra muito cara, sempre vai
haver obras mais baratas e nós vamos sacramentar uma barbaridade que existe ali
que é esse desvio existente. Em benefício de quê? Das crianças não, única e
exclusivamente do Centro Cultural e eu não posso entender, não posso admitir
que se sacrifique a vida de uma cidade em troca do Centro Cultural da
Universidade do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Jaques
Machado):
Com a palavra o Ver. Hermes Dutra, pelo tempo que lhe cede o Ver. Mano José.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu queria me referir a data de hoje, 8 de outubro considerada e
comemorada no mundo inteiro como o Dia Nacional de Serviço dos Lions Club. Falo
muito à vontade porque sou integrante desse movimento, pertenço ao Lions Club
Porto Alegre - Petrópolis e nesse dia em que se comemora 70 anos da 1ª
Conferência Internacional de Lions Club fazer aqui um rápido comentário em
relação a esta instituição.
Lions Club, fundado por Melvin Jones, que cujas letras querem dizer
Liberdade, Inteligência, Ordem, Nacionalidade e Serviço. É considerado o maior
clube de serviço do mundo. Estando representado em 162 países com um total de
um milhão, trezentos e cinqüenta e quatro mil e setecentos e cinqüenta e seis
sócios. Que como sabem V. Exas., sócio do Lions é homem e o Lions Club é um
clube de casais. Então, automaticamente, este número se multiplica por dois.
Dividimos estes números de sócios em 38 mil 537 clubes no mundo todo. Dos
quais, no Brasil, temos mil setecentos e setenta e oito, num total de 50 mil e
duzentos sócios. E o que fazem os homens que são do Lions Club? Os homens que
professam esta filosofia, esta forma de levar a vida, na verdade, são homens
que prestam serviço, desinteressados, em sua comunidade, buscando, permanentemente
a paz mundial, promovendo valores éticos e morais num elo permanente de boa
vontade onde se busca que cada um dê a sua contribuição, porque por menor que
seja a contribuição da pessoa, ela somada significa muito. As obras do
movimento do Lions Club espalham-se por todo o mundo, de forma muito particular
em auxílio às comunidades carentes, auxílios estes que nem sempre, Srs.
Vereadores, são representados em valores materiais. Às vezes nossas mulheres
vão a um lar de excepcionais chamados vegetativos que estão ali atirados e
passam a tarde ao lado destes seres que são irmãos nossos, mas que a sociedade
os relega e que, lhes dando a mão e procurando entabular uma conversação
impossível, vem a recompensa do seu gesto, na alegria refletida nos olhos destas
pessoas, aposto que nem sorrir podem. Não se pense que o Lions é um Clube que
presta assistência social. O movimento completa hoje 70 anos de inestimáveis
serviços em todas as áreas.
Eis os objetivos do Lions Internacional: (Lê.)
CRIAR e incentivar o espírito de respeitosa consideração entre os povos
do mundo, mediante o estudo dos problemas das relações internacionais.
INCENTIVAR o estudo e a prática dos princípios do bom governo e da boa
cidadania.
INTERESSAR-SE ativamente pelo bem estar cívico, social e moral da
comunidade.
MANTER os associados unidos pelos liames da amizade, do companheirismo
e da compreensão mútua.
PROPORCIONAR condições favoráveis à livre discussão de todos os
assuntos de interesse público, exceto os de política partidária e sectarismo
religioso.
ESTIMULAR a eficiência e promover altos valores éticos no desempenho
dos negócios e das profissões, uma vez que nenhum Clube poderá agir de modo a
atender ao benefício pessoal de seus associados.
DEMONSTRAR fé nos méritos da minha profissão, esforçando-me para
conseguir honrosa reputação, mercê da excelência dos meus serviços.
LUTAR pelo êxito e pleitear toda remuneração ou lucro que eqüitativa e
justamente mereça, recusando porém, àqueles que possam acarretar diminuição de
minha dignidade, devido à vantagem injusta ou ação duvidosa.
LEMBRAR que, para ser bem sucedido nos negócios ou empreendimentos, não
é necessário destruir os dos outros. Ser leal com os clientes e sincero comigo
mesmo.
DECIDIR contra mim no caso de dúvida quanto ao direito ou à ética de
meus atos perante meu próximo.
PRATICAR a amizade como um fim e não como um meio. Sustentar que a
verdadeira amizade não é o resultado de favores mutuamente prestados dado que não
requer retribuição, pois recebe benefícios com o mesmo espírito desinteressado
com que os dá.
TER sempre presente meus deveres de cidadão para com minha localidade,
meu Estado e meu País, sendo-lhes constantemente leal em pensamentos, palavras
e obras, dedicando-lhes desinteressadamente, meu tempo, meu trabalho e meus
recursos.
AJUDAR o próximo, consolando o aflito, fortalecendo o débil e
socorrendo o necessitado.
SER comedido na crítica e generoso no elogio, construir e não
destruir.”
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no momento, estamos no Distrito L-8,
ao qual pertence o Município de Porto Alegre, engajados numa campanha de ajudar
a comprar, para o Hospital Sta. Rita, um acelerador nuclear para tratamento de
câncer; esse equipamento custa a importância de quatrocentos mil dólares.
Pretendemos importá-lo até o mês de março. O que significa esse equipamento?
Cálculos, não-oficiais, revelam que, no Rio Grande, se fazem em torno de 1.700
aplicações com relação à energia nuclear para salvar pacientes portadores de
câncer. Ora, essas aplicações são feitas por equipamentos que não têm a
precisão absoluta do acelerador nuclear, que pretendemos importar. Esse
acelerador será instalado no Hospital Sta. Rita para atender gratuitamente a
população pobre, que não tem acesso aos grandes hospitais, e aos pacientes do
INAMPS, que não conseguem vagas nos hospitais onde a alta tecnologia é
desenvolvida.
A essa campanha estão se integrando os leões de todo o Rio Grande do
Sul e pretendemos, num breve espaço de tempo, conseguir arrecadar os fundos
necessários para adquirir esse equipamento de altíssimo valor monetário, mas,
sobretudo, de grande valor social, pois vai permitir a aplicação da dosagem
exata, na direção certa, da célula cancerosa, sem afetar o tecido ao redor, o
que acontece hoje com os equipamentos existentes em nosso País.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, inicialmente, gostaria de
cumprimentar V. Exa. como representante nesta Casa do Lions Clube, Distrito
L-8, pelo septuagésimo aniversário desta Instituição. Instituição esta,
prestadora de serviço, e o faço como Vereador, e como membro de um Clube
similar ao de V. Exa., idêntico na prestação de serviço, que é o Rotary Clube.
Leve, portanto, V. Exa. os cumprimentos e o incentivo deste Vereador,
como de um homem rotário a esta instituição da qual V. Exa. participa, pelas
diversas campanhas modelares que o Distrito L-8 sempre desfecha no Rio Grande
do Sul. No ano que passou foram as ambulâncias, este ano o extermínio dos
mosquitos no verão, e mais adiante, em março de 1988, esta beleza do acelerador
nuclear ao Hospital Santa Rita. São campanhas maravilhosas, a exemplo da
campanha que o meu Rotary Clube participa e, de acordo com o Governo Nacional,
devemos eliminar do solo nacional brasileiro a paralisia infantil, se Deus
quiser dentro dos próximos cinco anos, com seis milhões de dólares. Dinheiro
este levantado em campanha pelos rotarianos em todo o Brasil.
De forma que o Rotary Clube se incorpora a esta data em que o Lions
Clube comemora o seu septuagésimo aniversário.
O Sr. Cleom Guatimozim: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A Bancada do PDT quer se solidarizar com V. Exa., com
o Lions, pelo pronunciamento que faz, dizendo também nesta oportunidade que
reconhece o inestimável trabalho que faz o Lions a nível mundial e o que nos
interessa, especialmente, aqui no Brasil e ainda mais especificamente no Rio
Grande do Sul e Porto Alegre. Então, estamos solitários com o pronunciamento de
V. Exa. e também nos colocando à disposição daquilo que pudermos fazer nesta
campanha tão meritória que o Lions está realizando no momento.
O SR. HERMES DUTRA: Sou grato pelo aparte de V.
Exa.
O Sr. Raul Casa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Embora a manifestação do nosso ilustre e querido
companheiro Aranha Filho, eu tinha me inscrito extratribuna, para trazer,
também, a nossa solidariedade, o nosso apoio e para dizer a V. Exa. que de
certa forma até, de vez em quando, eu fico a me congratular, porque V. Exa. tem
escolhido, não apenas figura, mas entidades que, homenageadas por esta Casa,
não caem naquele constrangimento de se homenagear pessoas ou entidades que a
rigor não mereceriam uma Sessão. E dizer a V. Exa que o PFL, como não poderia deixar
de ser e pela palavra do nosso ilustre Vice-Líder, Ver. Aranha Filho, soma-se a
V. Exa., congratula-se com a iniciativa que V. Exa. tomou. E, seja V. Exa.
portador dos nossos cumprimentos aos dirigentes maiores do Lions Club a que V.
Exa. pertence e transmita também à direção maior a nossa homenagem.
O SR. HERMES DUTRA: Sou grato pelos apartes de
V.Exas. e estas manifestações, creiam, serve para nos incentivar e continuar
este trabalho.
Ao encerrar, Sra. Presidente, quero dizer que me sinto muito orgulhoso,
de forma particular, por pertencer a esse movimento, que em absoluto pratica
assistencialismo, ao contrário, nós procuramos seguir os ensinamentos do
Evangelho que é o de ensinar o homem a pescar e somos daqueles que ao invés de
maldizer a escuridão preferimos, se podemos, acender uma vela. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Teresinha
Irigaray):
Por inversão de tempo, com o Ver. Luiz Braz que cede o seu tempo ao Ver.
Frederico Barbosa, fala o Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, nenhum Vereador pode ficar indiferente ao pronunciamento
presidencial de ontem à noite, porque ele significa mais um atropelo ao pleno
restabelecimento da ordenação democrática, que pretende a nação brasileira.
Principalmente, quando se discute, na Assembléia Nacional Constituinte, uma
nova Carta Magna para o País.
O Sr. Presidente José Sarney atropela, pela segunda vez, o processo
constitucional e o faz de forma atabalhoada, pensando exclusivamente no seu mandato,
não levando em conta as reais necessidades e os anseios de toda a população
deste País.
É lamentável que num País como o nosso, o maior País da América Latina
se verifique, hoje, nestas circunstâncias, um processo de desgoverno como o que
estamos assistindo. O conservadorismo e, em certas ocasiões, o reacionarismo da
burguesia brasileira, estão levando este País por caminhos muito perigosos.
Está se voltando às costas às reais dificuldades e aspirações do povo. Todo
esse processo em discussão está plenamente, claramente levando a uma acomodação
das forças mais retrógradas que estão em atividades no mundo no cenário
político deste País. No plano econômico as coisas estão assumindo
características catastróficas. Não se dá um passo sequer para a melhoria das
condições de vida do povo. Enquanto o Sr. Presidente da República, por cadeia
de rádio e televisão, perorava sobre sua intenção e a intenção do governo de
estar trabalhando pelo bem estar coletivo e, na mesma hora, por uma penada se
aumentava os custos do combustível que, como todos sabemos, desencadeia por si
só, uma reação de aumento sobre todos os insumos com que se defronta a
população, desde os alimentos, até o vestuário, saúde, todas as questões
básicas, especialmente, conosco aqui, o caso do transporte. Na semana passada
foi decretado um novo aumento para o preço dos ônibus e hoje já se fala que os
transportadores estão reunidos em função do aumento dos combustíveis,
pretendendo já encaminhar um novo aumento do preço dos ônibus para Porto Alegre.
O Sr. Kenny Braga: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Parabenizo V. Exa. pela sensibilidade, pela
sagacidade com que analisa a brutal contradição ocorrida ontem em nosso País.
Eu tenho a impressão, Ver. Lauro Hagemann, que existe um esquema preparado para
apear o Presidente do poder antes do término do seu mandato. Não é possível que
a assessoria seja tão estúpida, tão destituída de capacidade que no dia em que
o Presidente faz um apelo a conciliação nacional, no mesmo dia, anuncia-se o
aumento da gasolina, do álcool e do gás de cozinha. Isto é uma piada. Eu não
tenho conhecimento de que um fato semelhante tenha ocorrido na história da
República. Isto é uma piada e se passa ao Governo Sarney um atestado monumental
de incompetência. Então, me parece impossível que isto seja uma coincidência.
Eu me recuso a acreditar que seja uma coincidência, porque todo esforço mental
do Presidente, despedindo no programa nacional de rádio e televisão, veio
abaixo com o impacto do anúncio do aumento do preço da gasolina. É só o que se
fala, hoje, em Porto Alegre, na incompetência política monumental do governo da
Nova República. E eu, sinceramente, Ver. Lauro Hagemann, cada vez fico mais
preocupado com o destino das nossas instituições. Porque nós precisamos, como
políticos que somos, preservar este espaço de democracia tão duramente
conquistado. E os rumos que nós visualizamos no dia-a-dia são os piores
possíveis. Eu temo até que este processo constituinte não termine e que se crie
uma situação de instabilidade política que leve a uma nova intervenção militar,
o que seria desastroso para o País.
O SR. LAURO HAGEMANN: Nobre Ver. Kenny Braga, eu
recolho um elemento do aparte de V. Exa. que é, hoje, a ridicularização do
processo político brasileiro por parte de toda Nação. E o riso nervoso com que
as pessoas tomam este desdobramento antecede a profunda descrença com que hoje
o homem, o cidadão comum, vê a instituição política. E não me parece que isto
seja insensibilidade, não me parece que seja incompetência, me parece, sim, o
contrário, isto é, uma política deliberada para que a população se desencante
com o processo político, que passe a descrer da capacidade de solução que o
mundo político possa oferecer para a saída da crise brasileira e, com isto,
assumirem definitivamente o comando desta Nação.
Eu tenho o maior respeito pela instituição Forças Armadas, mas me
parece também que, hoje, neste momento, nem as Forças Armadas querem voltar à
primeira cena da vida nacional, porque já padeceram, em época recente, do
repúdio da população pela incapacidade que tiveram de propor saídas para a
crise brasileira. E eu, como sou comunista, sou obrigado a racionar por um
princípio que rege a minha ideologia; é que o capitalismo, hoje, está
embretado, para usarmos uma expressão gauchesca, procura desesperadamente
saídas, mas às custas do sacrifício da maioria, e isto, fatalmente, nos levará
a uma situação de insurreição civil, para brevemente. Não venham a se queixar,
depois, de que foi a população indulta, a massa ignara, entre aspas, que
provocou esta situação. É a incúria, é a safadeza dos governantes
representantes da burguesia, que estão levando a esta situação. É claro que,
enquanto a grande massa populacional não estiver organizada, este tipo de
atuação prosperará. Mas eu confio de que há de chegar o dia em que tais
propósitos serão empurrados de volta. Hoje, se comemora o 20º aniversário de
morte, do assassinato de Che Guevara. Não é por acaso que em várias entidades,
em várias circunstâncias, se está a lembrar desse acontecimento. Os erros que
Che possa ter tido, a sua visão diferente do processo revolucionário não impede
que, no dia de hoje, se reflita mais profundamente, sobre a necessidade de se
encaminhar corretamente o processo revolucionário em toda a América Latina e,
particularmente, no Brasil. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz
Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu quero citar uma boa ação do Prefeito Alceu Collares. Nós
trouxemos a esta tribuna, há poucos dias, um problema envolvendo uma creche lá
na Vila São José, que estava para perder o seu local de funcionamento. Lá já
estão construindo paredes de alvenaria, para abrigar 81 crianças e esta creche
estava ameaçada de perder o seu local para a Tribo Carnavalesca de Índios
Comanches. Nós viemos aqui, trouxemos este problema, discutimos o mesmo, ele
foi divulgado pela imprensa.Ontem, estivemos com o Prefeito, juntamente com o
Clube de Mães Legionários do Trabalho, crianças da creche e mães destas
crianças. Nós recebemos do Prefeito Municipal, Dr. Alceu Collares, a certeza
definitiva de que a creche do Clube de Mães Legionárias do Trabalho não irá
sair de onde está, que o contrato de comodato não vai ser rescindido e que o
problema com a Tribo Carnavalesca será resolvido adquirindo-se uma outra área,
um outro terreno, que será entregue a esta tribo, para que faça lá os seus
ensaios. Vereador Adão Eliseu, numa época em que se ouvem tantas más notícias,
quando se ouve dizer que um problema social conseguiu vencer um outro problema,
envolvendo, inclusive, o Partido de V. Exa., a gente fica realmente feliz. Eu
não entrei nesta briga por questões partidárias. Entrei porque acho que, de
repente, era um absurdo desalojar as 81 crianças da Vila São José, e graças a
Deus, ontem, conseguimos esse resultado positivo e quero, e não poderia deixar
de fazê-lo, enaltecer a atitude do Prefeito Municipal, Dr. Alceu Collares.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Não sei se escutei certo, uma afirmação de V. Exa.,
dizendo que o Prefeito Municipal iria adquirir uma outra área para colocar os
Comanches.
O SR. LUIZ BRAZ: É essa a informação que
tenho, mas esse é um outro problema que deveríamos discutir com maior
profundidade.
O Sr. Aranha Filho: O Vereador Jaques Machado
ficou sabendo dessa história? Que o Prefeito vai adquirir uma área para a Tribo
Comanches? Será que pode?
O Sr. Jaques Machado: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Tribo de grande tradição ao bairro São José.
O Sr. Aranha Filho: Então pode.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas, se esta notícia é muito
boa, de a creche poder permanecer no local, com suas 81 crianças, eu de repente
me senti alarmado quando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através de todas
as suas Secretarias, ou quase todas, se fez representar na Multifeira. Eu
comecei a analisar: não sabia se queriam vender as Secretarias, se estavam
colocando ali os ônibus que a Carris começou a expor, os bancos, os ônibus que
servem a Carris, se queriam revender os ônibus não sei. Os estandes que estavam
ali, na Multifeira, não sei, se por coincidência, tinham santinhos de cada
Secretário, e tudo isso, Ver. Aranha Filho, é com o dinheiro do Município - lá
estava a SMIC, SMAM, CARRIS - e quase todas as Secretarias expondo, cada uma a
seu modo, os seus artigos. Eu não sei, não posso, e gostaria de perguntar ao
Ver. Kenny Braga, qual o objetivo de o Prefeito Municipal estar expondo nos
estandes da Multifeira, o trabalho de suas secretarias com os retratinhos de
seus secretários. Gostaria de saber de S. Exa., ou de alguém mais do PDT se há
um objetivo maior, se a Cidade de Porto Alegre está ganhando alguma coisa com
isso. Estou fazendo um Pedido de Informações para o Dr. Alceu Collares
perguntando o quanto o Município de Porto Alegre está gastando com todos esses
estandes na Multifeira. No estande da Carris há uma exibição de audiovisual
onde o Dr. Castan pode expor todo o trabalho desenvolvido pela Carris. Quando
sabemos que já existe e pode ser visto nos muros da Cidade, uma corrida dos
atuais secretários em busca da reeleição ou em busca de uma cadeira na Câmara
Municipal daqueles secretários que não são vereadores, ficamos perguntando:
será que esse dinheiro que está sendo gasto na Multifeira está revertendo em
algum benefício para o Município de Porto Alegre? Será que a SMAM deveria se
preocupar em expor seus artigos e trabalhos na Multifeira? Será que a SMIC
deveria estar se preocupando em colocar um estande na Multifeira para expor o
que está realizando agora? Parece que há uma preocupação muito grande com a
pessoa do Secretário. Parece que há uma preocupação muito grande com a eleição
que está por vir, mas parece que há uma preocupação muito pequena com o
Município de Porto Alegre que aí está a pedir soluções para seus
diversos problemas. Não temos soluções para os problemas que estamos
enfrentando agora. É gasto dinheiro para expor na Multifeira. Não consegui
entender e quis levantar este assunto em Plenário porque talvez algum Vereador
pudesse me esclarecer. Talvez o Ver. Aranha Filho, do PFL.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em absoluto. Não poderia nem explicar a V. Exa., mas
este fato da Multifeira talvez tenha as suas razões, e essas razões certamente
deverão vir à tona aqui no Plenário da Câmara, com a resposta abalizada
dos Vereadores, da Liderança. Mas eu - quero voltar àquele primeiro assunto, se
V. Exa. me permitir. É que no exato momento em que V. Exa. nos dá conta e nos
informa que o Município irá adquirir terreno para a sede dos Comanches, tribo
de índios carnavalesca, eu me lembro daquele outro assunto, de que o Município
está querendo vender terrenos para construir creches, e aí me reporto a
adquirir terras para a tribo de índios carnavalesca. Não entendo mais nada. Só
quero deixar registrado que é um contra senso, que é um problema muito sério
que V. Exa. está nos trazendo, na medida em que o Município quer se desfazer de
próprios municipais, para auferir verbas suficientes, a fim de construir casas para
as crianças, este mesmo Município está querendo comprar terras para instalar
grupos carnavalescos. Não tenho nada contra o Carnaval, até pelo contrário, sou
um grande folião, me divirto à minha maneira, me considero um folião, não tenho
nada contra o Carnaval, mas não posso entender que o Município esteja querendo
adquirir áreas para um assunto, que é carnavalesco, e vender outras para fazer
dinheiro para construir casas da criança.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas melhor assim, Ver.
Aranha Filho. E é por isto que eu trouxe isto como uma boa notícia. Melhor
assim, Ver. Lauro Hagemann, do que de repente se retirar uma creche onde 84
crianças ficariam hospedadas para se entregar esta área para a tribo de índios.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só quero deixar mais uma frase neste aparte:
incoerência, somente.
O SR. LUIZ BRAZ: Fico feliz, Ver. Kenny
Braga, em poder trazer esta notícia, porque vivemos, atualmente, num mar de
incoerências. É incoerência de um Presidente da República que vai a uma
televisão e pede uma unidade nacional, pede um apoio de todas as correntes
existentes no País e de repente, logo a seguir, taca um aumento de combustível
em cima da população. Então, realmente são muitas incoerências. E neste mar de
incoerências quero fazer questão de ressaltar, quero que minha última palavra
seja realmente de elogios ao Prefeito Alceu Collares por, de repente, ter sido
sensível ao problema da creche do Clube de Mães Legionária do Trabalho. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o Ver. Adão
Eliseu. V. Exa. está com a palavra.
O SR. ADÃO ELISEU: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores. Com tantas incoerências e com tantos problemas pelos quais
passamos, com tantos problemas a enfrentar, eu não poderia me furtar, não
poderia deixar de vir a esta tribuna a fim de registrar nos Anais da Casa, um
problema que aflige num certo sentido uma classe, mas que se tivermos uma visão
maior, mais macrocósmica da situação, nós vamos ver que abrange e que atinge a
nossa sociedade. Quando um governo não consegue em seis ou sete meses
alinhavar, desencadear processos que venham a solucionar os problemas
econômicos, os problemas financeiros do seu governo, quando o governo não
enxerga uma luz a brilhar lá no horizonte desta noite escura - e já não
digo no fundo do túnel porque pode ser um trem violento em sentido contrário,
quando o governo tem tudo para fazer um governo melhor porque é amigo do
Presidente da República, é amigo dos governadores deste País, é amigo de
Ulysses Guimarães, enfim já foi Ministro desse país, não consegue sair do chão,
não consegue levantar vôo, não consegue sair daquele rame-rame, do queixar-se,
do queixar-se. E pedir ao povo rio-grandense que se una em torno do seu governo
para solucionar os problemas.
Ora, nós que nos elegemos, Srs. Vereadores, nós é que temos que
resolver os problemas. Nós quando nos elegemos já teremos que trazer soluções
para os problemas. Não nos elegemos sem conhecermos os problemas de nossa terra
e conhecendo-os nós temos que trazer soluções para estes problemas. Agora,
vejam bem este pequeno acontecimento que ocorreu ontem na frente do Palácio
Piratini: as esposas dos soldados, cabos e sargentos da Brigada Militar, mal
vestidas, algumas empregadas domésticas, tiveram que deixar seus empregos e
fazer uma passeata pela Cidade para mostrar ao porto-alegrense por que o PM não
apresenta uma boa qualidade de serviço à população porto-alegrense e à
população rio-grandense. Porque não pode, é humanamente impossível, Srs.
Vereadores, um ser humano deixar sua família cheia de problemas de alimentação,
educação, problemas de assistência médica e partir para rua para tirar 12 ou 18
horas de serviço. E olhem que tipo de serviço vai fazer este PM, que tipo de
missão vai exercer este PM no seio da sociedade? Vai manter o patrimônio
particular, vai tentar manter o patrimônio público incólume, vai manter a vida
de um modo geral, vai manter a ordem na sociedade, mas deixou para trás Srs.
Vereadores, uma desorganização, um caos, porque não é com fome, passando
necessidade de toda ordem que se vai superar a si mesmo e manter a ordem
alheia, no seio da comunidade. Estas senhoras fizeram uma coisa ontem que nunca
aconteceu nos 150 anos da História da Brigada Militar. E eu não tenho notícias
de que em outra polícia se tenha feito isto. “Mulheres condenam baixos
salários.” O Governador Pedro Simon terá que sair do seu gabinete. Terá que
chamar a sua assessoria com urgência. Buscar capacidade na sua experiência, na
experiência dos seus assessores e imediatamente elaborar um plano rápido de
abono até que a Assembléia Legislativa, no seu processo demorado venha votar
estes 42% de aumento para os PMs, cabos, sargentos e soldados. E olhem bem,
42%, sobre 2 mil cento e poucos cruzados por mês, não é nada. Não é aumento. Um
PM da polícia militar de São Paulo ganha mais que 12 mil cruzados por mês.
Sra. Presidente, Srs. Vereadores, eu fiz questão de usar o Tempo de Liderança da minha Bancada para registrar desta Tribuna e nos Anais desta Casa o nosso descontentamento com o Governador pela demora da solução destes problemas. Problemas dos vencimentos dos soldados, cabos e sargentos da Brigada Militar e por que não dizer dos policiais civis que estão na mesma situação. O nosso descontentamento e o nosso protesto pela falta de capacidade e pela incompetência de compreender a importância que tem a segurança na vida de todos nós. Fizeram muito bem estas senhoras, de soldados, cabos e sargentos. Os nossos parabéns, os nossos cumprimentos, e aqui desta modesta Tribuna, o nosso inteiro apoio, eis que saíram, deixaram os seus lares, os seus filhos em casa e foram para rua, até seus empregos, seus modestos empregos, de faxineira, porque não fazem outra coisa senão fazerem faxina e trabalharem como empregadas domésticas para poderem ajudar os seus esposos. E registro, aqui, o aceno que nos faz de afirmação, do Ver. Flávio Coulon, que significa o apoio a estas mulheres e o do PFL também e todos os senhores Vereadores eu tenho certeza que nos apóiam nesta pequena jornada que é vir até esta Tribuna e deixar o nosso apoio a estas mulheres. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Kenny
Braga em Comunicações.
O SR. KENNY BRAGA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, inicialmente, saúdo o Dep. Estadual Mendes Ribeiro que entra neste
Plenário, neste instante. Seja bem-vindo, Dep. Mendes Ribeiro.
Ia cumprimentar o Sr. Prefeito Alceu Collares por ter atendido uma Resolução do TRE, tornando imediata a remoção das pichações dos muros de nossa Cidade, que se esparravam por todos eles, num atentado às regras do jogo político, que tem regras. No entanto, a voracidade de alguns candidatos transformou os muros, em Porto Alegre, num local predileto pra colocação de nomes. Muitas vezes, por estarem tão exageradamente grifados, são maiores até mesmo que os méritos de alguns candidatos.
Mas, como não quero falar para um Plenário vazio, com respeito aos
Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Lauro Hagemann, Antonio Hohlfeldt, Auro
Campani, Flávio Coulon e Aranha Filho, não é possível falar para um Plenário
vazio. Não citei o Ver. Adão Eliseu, desculpe. Ou a Câmara tem “quorum” para
prosseguir sua Sessão ou encerra-se a Sessão. Quero colocar um problema que vem
se repetindo seguidamente e tem que haver uma solução: há uma colisão de
horários de funcionamento das Comissões, seus horários colidem com o horário do
Plenário, e cria-se constrangimento para os Vereadores. O Vereador não sabe se
fica aqui no Plenário ou vai para as Comissões. E esse é um assunto que está se
arrastando há vários meses aqui na Casa, sem nenhuma perspectiva de solução.
Então, em respeito a mim mesmo, até à minha capacidade de expressão,
não vou falar para um Plenário praticamente vazio, ressalvando a presença
desses heróicos Vereadores que permaneceram aqui, fazendo esse esforço danado
para permanecer aqui num dia de trabalho.
Quero que se dê uma solução definitiva para esse problema. Se as
Comissões não podem funcionar à tarde, que se determine outro horário para o
trabalho das Comissões. Que se convoquem as Comissões para a madrugada, para de
manhã, mas que não se faça, reincidentemente, a colisão dos horários das
Comissões com o horário do Plenário. Isso é uma brincadeira que tem que
terminar, aqui, na Casa.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Me solidarizo com V. Exa. quanto ao problema das
Comissões, tanto é que requeri e foi deferido pela Mesa que já marcasse as
Sessões Solenes - porque temos Sessões Solenes às terças e quintas-feiras até o
fim do ano - eu requeri que as Sessões Solenes fossem iniciadas às 17h para que
não colidisse com o horário das Comissões às 16h, e o meu Requerimento foi
deferido pelo Sr. Presidente.
E digo que o mais grave não é agora, no final de uma Sessão de
quinta-feira que tem até “quorum” para o funcionamento, há onze Vereadores em
Plenário. O que é grave, Vereador, é que, no dia de ontem, quando tínhamos
matéria para votar, tivemos que suspender o procedimento de exame do processo,
porquanto encerramos a discussão e não tinha “quorum” para encaminhamento de
votação.
O SR. KENNY BRAGA: Não posso estar em dois
lugares ao mesmo tempo. Sei que tenho responsabilidade com a reunião da
Comissão de Justiça, mas tenho responsabilidade, também, com este Plenário,
então não sei o que vou escolher, se a Comissão de Justiça ou este Plenário.
Então, nós temos que resolver esse problema.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, quero cumprimentar V. Exa. pelo seu
desabafo, mas, ao mesmo tempo, dizer que V. Exa. tem, hoje, no Plenário um
“quorum”.
Eu acharia interessante, Nobre Vereador, que dentro desse mesmo
diapasão, nós fizéssemos uma reflexão e, talvez, até no dia de hoje,
encaminhássemos a Mesa, às Lideranças principalmente, um pedido para sustar
todas as Sessões que homenageiam quem quer que seja, pessoas ou entidades
dentro do horário de Grande Expediente. Porque essas Sessões esvaziam,
simplesmente, o Plenário, assim que terminam essas Sessões de homenagem todos
os Vereadores se encaminham aos seus gabinetes, ficando difícil o retorno ao
Plenário. Eu acho que é um assunto extremamente importante para as Lideranças,
juntamente com a Mesa, de refletirem, para que isso não se repita no decorrer
desse ano até o final do ano e, quem sabe, no ano que vem.
O SR. KENNY BRAGA: A Verdade, Ver. Aranha
Filho, é que estamos vivendo, aqui na Casa, momento constrangedor e
desagradável, porque se não está num lugar, deveríamos estar lá. Quer dizer,
qual a atitude que um Vereador pode tomar numa hora dessas, Ver. Isaac Ainhorn?
O Sr. Isaac Ainhorn: Já foi solucionado,
Vereador. Esclareço a V. Exa, que a Presidência da Casa deferiu Requerimento
meu “in limine”, no sentido de que não houvesse coincidência. Hoje, é
unicamente porque os trabalhos deveriam terminar às 16 horas e, os trabalhos de
Plenário prosseguiram. Normalmente as Sessões Solenes, nesta Casa começarão às
17 horas e não há mais ubiqüidade, porque V. Exa. estará num ou outro lugar.
Isso que o Ver. Aranha Filho acentuou, é muito grave, é muito sério, os
Grandes Expedientes da Casa estão se destinando, também para homenagens e
Sessões Solenes. E o que está resultando? Está resultando no esvaziamento da
Ordem do Dia que é ato imediatamente posterior ao Grande Expediente.
O SR. KENNY BRAGA: Eu espero que a Mesa,
juntamente com as Lideranças da Casa, encontre definitivamente uma solução para
esse problema, que é um problema grave e sério e, que está se repetindo
cotidianamente aqui.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, para prestar solidariedade total
ao seu pronunciamento, desde aquela primeira parte em relação às pichações de
Porto Alegre e neste particular, poderia dizer que 95% das pichações pertencem
a elementos do PDT e dos 95%, seguramente Secretários do Município. Em relação
ao funcionamento da Casa eu concordo inteiramente com V. Exa.. Esta mudança de
horário de 16h para as 17h não resolve o problema, a coincidência de Reuniões
de Comissões junto com Reuniões de Plenário nos constrangendo a estar lá e
estar cá é prejudicial para os trabalhos de Plenário. Mas, gostaria de
tranqüilizar a V. Exa. de que já protocolei na Casa um Projeto de Resolução,
que propõe profundas alterações no funcionamento da Casa, privilegiando os
trabalhos de Plenário e privilegiando os trabalhos de Comissão. E, neste
particular, reservando o dia de sexta-feira, inteiro, como um dia livre para os
trabalhos de Comissões, porque aí não vai ter ninguém para dizer que as
Comissões não funcionam por falta de tempo, por colisão de horário.
O SR. KENNY BRAGA: Eu vou concluir o meu
pronunciamento, voltando ao problema das pichações para dizer o seguinte: está
na “Zero Hora” de hoje, na página 56, que o Município vai gastar 5 toneladas de
cal para apagar as pichações feitas por candidatos da Cidade de Porto Alegre.
Eu quero dizer o seguinte: que o dinheiro, esse dinheiro é do contribuinte. É o
contribuinte que está pagando a cal que o Município vai comprar para pagar o
que o contribuinte não escreveu nos muros. Então, eu quero que o Prefeito Alceu
Collares, me parece que é a intenção do Prefeito, mas eu estou fazendo um
pedido da Tribuna desta Casa para que o trabalho, esse trabalho que está sendo
feito pela SMAM, a compra do material necessário para apagar as pichações, seja
pago pelos responsáveis pelas pichações. Eles devem tirar do seu bolso o
dinheiro e pagar o que eles fizeram. O contribuinte não fez nenhuma pichação em
nenhum muro da Cidade. Estou falando de uma forma geral e não estou acusando
ninguém aqui da Tribuna. As pessoas devem se responsabilizar pelo que fazem. Ou
não sabiam que não era período próprio para se fazer pichações na Cidade?
Atropelaram a Lei, pois agüentem.
O Sr. Frederico Barbosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, cumprimento V. Exa. sobre o
problema das pichações e faria, inclusive, um pronunciamento próprio o que não
consegui fazer ontem. Ontem à tarde estive em contato o Desembargador Marco
Aurélio de Oliveira, do Tribunal Eleitoral, que fez a gentileza de fazer
contato com o meu gabinete e falei com ele exatamente sobre isto. Contratei um
pintor às minhas expensas, para pintar seis lugares com o meu nome. Ele iniciou
os três primeiros lugares e, por motivos de saúde, teve que parar. Mandei
pintar de azul-claro, por causa do meu time, Grêmio Futebol Porto-Alegrense. Me
congratulo com V. Exa. por isto. Hoje pela manhã, fui inquirido por minha
Assessoria sobre se voltaria a pagar o pintor que contratei, já que o Prefeito
anunciou que vai limpar a cidade às expensas do contribuinte. Fiquei em dúvida,
mas acho que, por dever de consciência, devo fazer o trabalho pessoalmente. Por
isto, recebi os cumprimentos do Desembargador Marco Aurélio de Oliveira. Agora,
se o Prefeito não lançar, imediatamente, o bloqueio destas áreas, como a do
Hipódromo e outras, através de concursos públicos de artistas, certamente
acontecerá o que eu vi ontem. Já foi limpo quase todo o muro do Hipódromo do
Cristal e já está repintado por algumas outras pessoas. Acho que a ocupação - e
farei um pronunciamento específico sobre isto - tem que ser patrocinada por um
concurso público da Prefeitura, porque existem muros especiais, que são de
domínio público.
O SR. KENNY BRAGA: Ver. Frederico Barbosa, V.
Exa. sabe do apreço que lhe tenho. Sei que é um homem sério e é um homem de
palavra, mas faço um desafio a V. Exa. No momento em que este serviço estiver
pronto, que V. Exa. mostre aqui, da Tribuna da Câmara, as notas referentes ao
trabalho feito pelas pessoas que vão apagar os muros que têm o seu nome. É um
desafio que estou fazendo. Todas as pessoas que fizeram pichações na Cidade,
têm que mostrar, aqui na Câmara, a nota dos serviços feitos. É uma satisfação
para a opinião pública da Cidade.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Kenny Braga, tem que ser feita uma ressalva
sobre isto. Não houve voracidade por parte dos poucos candidatos que picharam
as ruas da cidade. Não houve. Eu, pessoalmente, lhe confesso que tenho alguns
muros pintados e bem pintados, pagos pelo bolso desta Vereadora. Tenho as notas
no meu gabinete e posso provar. Eu, talvez, tenha sido ignorante na lei
eleitoral, porque eu pensei que, como Vereadora, eu era candidata nata do meu
Partido e não precisaria esperar a convenção. Errei nisto. Confesso que errei,
mas estou disposta e vou apagá-los também com o meu dinheiro e com o mesmo
pintor que pintou. Agora, se houve erro nos penitenciamos. Mas não houve
voracidade e nem estamos dispostos a disputar os espaços políticos com ninguém.
O meu nome está pintado por um pintor contratado por mim.
O SR. KENNY BRAGA: Em primeiro lugar, Vereadora
eu não quis fazer investigação da origem do dinheiro. O que eu disse é que
atropelaram a lei, porque a lei não permite que se faça pichações. Agora,
quanto ao dinheiro, não me interessa, pois isto é problema de cada um. Eu quero
elogiar V. Exa. pelo alto grau de entendimento do problema demonstrado agora
aqui. Temos que jogar aberto.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero me congratular com V. Exa. porque é
constrangedor para nós, Vereadores, porque muitas vezes me perguntam: a eleição
é neste ano? Tal o afã, a “fominha” com que se passou a ocupar os muros.
Respeito o seu pronunciamento e na maior parte dos que tomaram os muros de
assalto são companheiros do seu partido e que tem cargos junto a Secretarias,
louvo a coragem do Prefeito Collares de vir publicamente e determinar a
limpeza. Mas que não se use dinheiro público nem para pagar os nomes dos candidatos
em geral e muito menos daqueles que integram o quadro da administração pública.
Por isto concordo com esta proposta sua de que, a partir do exemplo do Ver.
Frederico Barbosa e da Vereadora Teresinha Irigaray que parece eram os daqui da
Casa, que tinham os nomes colocados, nós possamos exigir também dos Srs.
Secretários Municipais que já picharam que tragam aqui a prova de que eles vão
apagar por conta própria e que não vão usar as verbas das suas Secretarias, nem
os funcionários das suas Secretarias para este tipo de ação. Concordo em gênero
e número com V. Exa. Não se pode fazer com que o contribuinte pague uma coisa
que pessoas, que fazem parte da Administração, a maior parte, não
exclusivamente, fizeram. Isto é um absurdo e eu acho que se a Casa, todos nós,
independentes de siglas, realmente possamos nos unir a esta questão será uma
vitória para a imagem política que todos nós temos ou devemos tentar ter daqui
para frente.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Falo como um político que nunca pichou uma vírgula e
nunca colou um cartaz. E é, inclusive, autor da Lei “A Arte contra a Pichação”,
aprovada por esta Casa, e que não é usada. Hoje, lendo os jornais; vi que a
SMAM está lançando um programa SMAM-Grafo. Já existe uma lei a respeito, é só
usá-la, só que é de origem deste Executivo, mas deste modesto Vereador.
O Sr. Auro Campani: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu só quero me congratular com o pronunciamento de V.
Exa. e me somo ao pronunciamento, tanto na primeira parte quanto na segunda
parte do seu pronunciamento, embora V. Exa. tenha esquecido do meu nome como um
dos presentes na Sessão de hoje. Quero dizer que, principalmente na questão da
pichação de Porto Alegre, nesta questão dos custos que sairão do bolso do
contribuinte, me somo plenamente ao seu pronunciamento.
O SR. KENNY BRAGA: Para concluir, muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão
de Ordem): Sra.
Presidente, eu gostaria, para poder me orientar e para eu poder, também, usar
todos os direitos de um Vereador, tomar conhecimento do seguinte: Primeiro, se
a Ver.ª Gladis Mantelli está licenciada da Casa; segundo, se a Ver.ª Gladis
Mantelli viajou ou não para o exterior; terceiro, se a Ver.ª Gladis Mantelli
está representando a Casa; quarto, qual o evento do qual está participando a
Ver.ª Gladis Mantelli; quinto, se eventualmente a Ver.ª Gladis Mantelli estiver
viajando ao exterior, se o fez cumprindo as normas do Município e todas as
normas do Regimento Interno; sexto - se eventualmente tiver viajado ao
exterior, quais as medidas que a Mesa poderia tomar frente a essa situação?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Respeitosamente, querendo colaborar com a Mesa, eu gostaria de lembrar
que é uma decisão da Presidência de que requerimentos devem ser por escrito.
O Sr. Ignácio Neis: Não é requerimento, é
Questão de Ordem.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão
de Ordem): Respeitosamente,
também, eu gostaria de solicitar ao Ver. Ignácio Neis que comparecesse mais a
este Plenário, para ouvir que foi lido ontem um ofício a respeito desse assunto
e V. Exa. nem tomou conhecimento, e se estivesse aqui já saberia. Procure ler
esse ofício, pois ele tem as respostas a essa Questão de Ordem.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão de
Ordem):
Estou normalmente na Casa e posso comprovar isto pelas minhas duas faltas no
mês passado, quando não pude comparecer em todas as Sessões, mas,
eventualmente, pode ter me passado desapercebido e por isso esta Questão de
Ordem me parece uma coisa natural e normal.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa responde a V. Exa.
que o assunto já foi exaurido, ontem, quando foi lido, no Plenário, o pedido de
licença da Ver.ª Gladis Mantelli, que está representando a Casa no exterior,
sem ônus. E maiores esclarecimentos, V. Exa. poderá obter depois,
particularmente, via gabinete. No Plenário, já foi esclarecido suficientemente.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão
de Ordem): Agradeço
à Mesa as informações e, justamente porque não estive aqui naqueles minutos em
que foi lido o ofício, eu tomei a liberdade de fazer esta Questão de Ordem.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa responde a V. Exa.
que a Vereadora está legalmente em licença, fora do País.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Qual é o entendimento de que ela está em representação sem ônus?
A SRA. PRESIDENTE: Ela está em representação da
Casa sem ônus. É o que a Mesa está tentando explicar.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu gostaria que V. Exa. me
explicasse, na condição de Presidente desta Casa, qual a noção legal, pois não
consigo aprender, do sem ônus?
A SRA. PRESIDENTE: Ela está sem nenhum custo;
as passagens são custeadas por ela, as diárias também. Ela não levou dinheiro
nenhum da Câmara Municipal de Porto Alegre, a não ser uma carta de apresentação
para a Câmara de Portugal; ela está representando a Câmara sem remuneração.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão
de Ordem): Acho
constrangedor a Presidência da Casa ter que explicar para os Vereadores o que
eles têm que ler no Regimento Interno, na Lei Orgânica do Município, porque
eles têm preguiça de ler, a Presidência tem obrigação de ficar respondendo 500
questões que estão escritas; acho que a Presidência deve manter a dignidade de
seu cargo e não responder perguntas sem qualquer substrato.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Pedi que V. Exa. esclarecesse, porque, ontem, V. Exa. frisou, e hoje,
novamente, que estava sem ônus, e agora eu entendi, sem ônus, sem diária e sem
custo de passagem, mas, no entanto, recebendo seus subsídios, aqui, inclusive
os jetons das Sessões, em função de ela estar em representação.
A SRA. PRESIDENTE: A Presidência fará a
averiguação e lhe dará a resposta.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem): Com
respeito aos demais oradores, eu perguntaria a V. Exa., ou melhor, lembraria a
V. Exa. o Regimento Interno, que recomenda para as Sessões de 3ª e 5ª no que se
refere ao horário.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa agradece. Liderança
com o Ver. Flávio Coulon.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Eu iniciei a minha Questão de Ordem pedindo desculpas pelos oradores que se
seguirão, mas pelo que conheço do Regimento Interno, a Sessão deve ser
interrompida.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa pede desculpas a V.
Exa., e passo a palavra ao Secretário para a resposta.
O SR. 2º SECRETÁRIO: Vereador Aranha Filho, a
Presidência solicita que comunique o que havia acertado entre as Lideranças, ou
seja, de que esgotado o prazo das Sessões de 3ª e 5ª, como é de praxe se
atendesse a todas solicitações de Comunicação de Liderança, mesmo esgotado o
prazo da Sessão e então seria encerrada após a última solicitação e o último
orador em Liderança. Este é o acordo feito.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
O orador que está na tribuna o faz em Tempo de Liderança? Então é só Tempo de
Liderança porque ainda há outros oradores.
A SRA. PRESIDENTE: A Diretora Legislativa
esclarece que é só tempo de Liderança.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores. Poderia falar aqui a respeito do pronunciamento do Sr. Presidente
da República José Sarney, mas ocupo a Tribuna pra falar de assunto sério, e o
pronunciamento de ontem, do Sr. Presidente, não foi alguma coisa séria que
mereça ser comentada por pessoas responsáveis. Gostaria também, Ver. Adão
Eliseu, de levar a solidariedade do PMDB às mulheres dos praças, cabos e
sargentos da Brigada Militar e dizer do empenho do Governo do Estado em
resolver essa situação que está pendente em função basicamente da resolução do
problema do funcionalismo público estadual. Hoje os jornais deram uma imagem
muito verdadeira desse problema; é um espinho na garganta do Governador Pedro
Simon. Ninguém mais do que nosso Governo está interessado em resolver esse
assunto com brevidade. Aparentemente é injustificável esse atraso, mas V. Exa.,
que conhece o Governador Pedro Simon, há de entender que há algumas outras razões
ainda maiores que estão impedindo de fazer justiça à Brigada Militar. Para não
dizerem que só critico a administração Collares, gostaria de fazer um elogio à
Divisão de Cultura e SMEC. Em primeiro lugar porque completa 4 meses o Diretor
Joaquim Felizardo, o que já é uma grande façanha um diretor da Divisão de
Cultura se manter durante 4 meses, e especialmente, mais do que se manter por 4
meses, por apresentar a todos os Vereadores um relatório de suas realizações
durante esse tempo, prestando conta de sua gestão. Então, é com imenso prazer
que eu venho a esta Tribuna, em Tempo de Liderança para cumprimentar a SMEC e
mais especificamente a Divisão de Cultura por este trabalho realizado nesses 4
meses da gestão do Prof. Felizardo.
E para não perder o hábito, também, em Tempo de Liderança, fiquei
espantado com uma notícia hoje do colunista José Barrionuevo, que me dá conta
que 29 ficais concursados da Prefeitura não são contratados porque a
administração alega falta de dinheiro. Atuam em toda a cidade 40 fiscais,
estando 30 em desvio de função. Isto significa o seguinte: dos 40 fiscais, 30
não estão fazendo fiscalização. E todo o mundo sabe, porque basta telefonar
para a Divisão de Fiscalização, basta entrar em contato com aquele pessoal
simpático da Prefeitura, que nos recebe lá, para saber que a fiscalização da
Prefeitura, praticamente, não existe. Como 29 pessoas concursadas - isto é uma
desmoralização do concurso. Pergunto: eles não são contratados para
desmoralizar o instituto do concurso? Porque quer me parecer que quando se abre
um concurso para 40 vagas está implícito que esse concurso será sacramentado
imediatamente, e essas pessoas vão ser aproveitadas. Agora, o que fazem? Fazem
o concurso, aproveitam uma pequena parte e os outros ficam correndo atrás da
máquina, exatamente para dizerem - e vejam lá, foram 3 mil participantes do
concurso, para disputarem 40 vagas, e não me nomeia 29 desses 40 heróis,
alegando falta de verba. Uma semana vem o boletim de pessoal modificando as
verbas e as AMs dos da corte. Pega-se o boletim de pessoal, o DMAE contratando
várias pessoas na base de CC. Agora, os contratados da Prefeitura, os que
estudaram e não são apadrinhados, aqueles que fizeram entre 3 mil pessoas o
concurso público e foram aprovados, para esses não tem dinheiro. Esses que
tinham que ser absolutamente prioritários; pára-se tudo. Chega de contratar!
Afinal, não se está admitindo esses heróis e justamente para a fiscalização.
Resultado: se desmoraliza o concurso e se desmoraliza a fiscalização da
Prefeitura que não existe. Esse era o protesto que gostaria de deixar desta
Tribuna em relação a essa notícia do jornal aonde dá conta de que 29 vagas de
pessoas concursadas não estão sendo aproveitadas sob a alegação de que não
existe verba. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o Partido dos
Trabalhadores. Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. AURO CAMPANI (Questão
de Ordem):
Solicito verificação de “quorum”.
A SRA. PRESIDENTE: Ver. Auro Campani, antes de
fazer a chamada, lembro a V. Exa. que existe um acordo entre as Lideranças.
Enquanto houver Lideranças inscritas para falar, a Sessão não se encerra, pelo
menos pelo acordo firmado. Agora, se V. Exa. insistir, nós faremos a revisão de
“quorum”.
O SR. AURO CAMPANI: Atendendo o pedido da Mesa
e do nobre Ver. Antonio Hohlfeldt, eu retiro meu pedido de revisão de “quorum”,
fazendo-o logo após o pronunciamento do Ver. Antonio
Hohlfeldt.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa agradece. Ver.
Antonio Hohlfeldt, V. Exa. está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores. A novela em torno do ilegal aumento de tarifa de Porto Alegre no
transporte coletivo continua. Avançamos devagarzinho, avançamos com
dificuldades, avançamos contra a má-fé do Procurador Geral do Município, mas
avançamos. Estamos numa situação assaz curiosa na tarde de hoje, na área
jurídica. Os poucos Vereadores que aqui permanecem sabem que no início do ano o
Ver. Werner Becker entrou com um Mandado de Segurança tentando sustar um
aumento aprovado por esta Casa e posteriormente Decretado e homologado pelo Sr.
Prefeito Municipal. Na ocasião, o Juiz da Vara da Fazenda Pública dirigiu-se ao
Procurador do Município pedindo o pronunciamento. Alegava o Ver. Werner Becker
que, em havendo um congelamento Federal, não podia o município decidir pelo
aumento tarifário. Na ocasião o Dr. Mathias Nagelstein protestou a autonomia
municipal em defesa do aumento e mais, com evidente má fé numa figura jurídica
que o Ver. Isaac Ainhorn pode melhor identificar do que eu como advogado que é,
declarou; “assim as empresas privadas executoras do serviço de transportes
coletivos na qualidade de concessionárias de serviços públicos tem assegurado”
etc, etc, etc.
Ora, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, é público e notório de que em
Porto Alegre não há mais concessões, há permissões. Má fé do Procurador Geral
do Município na defesa do interesse dos empresários.
Na semana passada, na quarta-feira, alguns Vereadores, entramos com uma
Ação Cautelar. Entendeu o Dr. Juiz que nós, Vereadores eleitos, tão eleitos
quanto o Sr. Prefeito, não éramos parte legítima para representar a população
de Porto Alegre. Sentença fantástica que a história do Judiciário deste Estado
algum dia vai julgar. Calo-me, recolho o Parecer. Entramos no início da semana
com nova Ação, Mandado de Segurança, aceito pelo Juiz da 1ª Vara Dr. Ruy
Armando Gessinger, dando 24 horas ao Dr. Procurador do Município para
pronunciar-se. E o que faz o Dr. Procurador?
Escusa-se de pronunciar-se a respeito do mérito e descobre uma rocambolesca
saída através da qual nós não podíamos entrar com Mandado de Segurança porque
já tínhamos uma Cautelar, para a qual não foi concedida uma Liminar, mas
continua na sua tramitação para exame de mérito. O Dr. da 1ª Vara foi
inteligente na reação. E o que fez? Despachou o Mandado de Segurança para o
mesmo Juiz que tem a Cautelar e que, por seu lado, já detém o primeiro Mandado
de Segurança do Dr. e Ver. Werner Becker. Nós hoje temos uma situação
fantástica: três Ações tramitando pelo mesmo motivo, com bases diferenciadas
onde o Juiz, seja qual for a decisão que der, dará favorável ao usuário de
Porto Alegre. Se der na Ação do Ver. Werner Becker, do início do ano, anulará
todos os demais aumentos de tarifa de lá para cá. Se der na Cautelar da semana
passada, diminui um cruzado. Se der no Mandado de Segurança de agora,
igualmente, diminui um cruzado.
O problema é que o PDT do Dr. Alceu Collares encontrou um feliz aliado
no PFL do Ministro Aureliano Chaves que decretou um novo aumento de combustível
no dia de ontem. E eu fico a imaginar que o Dr. Juiz da Vara da Fazenda Pública
terá coragem de decidir amanhã, pela nossa Ação ou esperará um novo pedido de
aumento dos empresários na semana próxima. E o Dr. Juiz da Vara Pública terá
interesse em defender o usuário de ônibus de Porto Alegre ou preferirá uma
neutralidade que a expectativa de decisão lhe permite por Lei, será legal, mas
que fará com que uma vez mais, na neutralidade, o Judiciário fique ao lado do
empresário do transporte coletivo de Porto Alegre. Esta é a situação curiosa
que vivemos hoje em torno da tarifa de ônibus desta Cidade. Sou Grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. GETÚLIO BRIZOLLA
(Questão de Ordem): Sra. Presidente, solicito verificação de “quorum”.
O SR. FREDERICO BARBOSA
(Questão de Ordem): Peço o cumprimento do acordo entre a Mesa e as Lideranças para que as
Comunicações de Lideranças já solicitadas sejam concedidas. Neste caso, o PFL,
o PT e o PMDB pediram há bastante tempo.
O SR. GETÚLIO BRIZOLLA: Eu peço esta Questão de
Ordem para que a Mesa, à luz do Regimento Interno, verifique que sequer há
“quorum” para o prosseguimento desta Sessão, apesar do acordo de Lideranças
anteriormente firmado. Penso que se há Regimento Interno, acordos de Lideranças
não podem deixá-lo de lado. Peço que V. Exa. considere esta minha Questão de
Ordem de acordo com o Regimento Interno.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa respeita sua Questão
de Ordem, mas há um acordo de Lideranças e o PFL já havia feito sua inscrição.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Para que não transite em
julgado, o vice-líder do PFL, Ver. Aranha Filho, está presente e foi quem
solicitou e delegou a este Vereador o Tempo de Liderança.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem): Sra.
Presidente, sabemos que há um acordo de Lideranças para que a Sessão prossiga
até o último orador. No entanto, diz o Regimento Interno que as Sessões, como a
do dia de hoje, funcionará até às 16 horas. Apesar do acordo, para que prossiga
até o último orador, notoriamente, não há “quorum”; mas, como denunciou o Ver.
Kenny Braga, que ora não o vejo aqui, as figuras para funcionamento desta Casa
também não estão presentes. Quer dizer, não há “quorum” mínimo para o
prosseguimento desta Sessão. A manutenção dos pronunciamentos de lideranças
evidentemente pressupõe o respeito ao Regimento Interno: ou seja, deve haver o
“quorum” mínimo. Solicito que a Mesa reflita sobre esse aspecto e com relação
às questões negativas que podem ser suscitadas e a imagem negativa deste
Plenário.
A SRA. PRESIDENTE: Dentro da excepcionalidade
com que se realizou esta Sessão e porque se prorrogou até esta hora, achamos
que podemos respeitar o acordo entre Lideranças anteriormente firmado.
O SR. ISAAC AINHORN: Preliminarmente,
manifestei-me favorável a ouvir todas as Lideranças.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa assegura a palavra ao
Ver. Frederico Barbosa, em tempo de Liderança.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores. Para que o Plenário fique absolutamente tranqüilo, comunico a V.
Exa. que existem 11 Vereadores em Plenário. Há “quorum”, mesmo sem estar no
exercício da Secretaria.
Apesar da insistência de componentes do PDT em novo acordo usando o
Ver. Getúlio Brizolla, não permitindo que o PFL fale, como queremos falar de um
assunto que achamos importante para o Plenário da Casa, vamos usar o nosso
tempo à revelia daqueles que querem nos calar durante um tempo. Evidentemente
não é o Ver. Isaac Ainhorn, com quem concordo, inclusive, que deva se examinar
até o acordo, ou pelo contrário, examinar o tempo da Sessão que parece não está
condigno com o número de tempo necessário para que os Vereadores cumpram a
inscrição e as Lideranças, e mais, eventualmente as Questões de Ordem.
Srs. Vereadores, estou concluindo a redação de um projeto, que tem,
como deverei apresentá-lo, os problemas dos títulos concedidos nesta Casa, que,
diga-se de passagem, antes de revelar os quatro itens contidos no bojo do seu
texto, dou total apoio em caráter pessoal às manifestações do Ver. Flávio
Coulon sobre o uso dos tempos de Comunicação e de Grande Expediente, ou seja,
de Sessões, que não sejam solenes, para homenagens. Com esta manifestação
minha, neste momento, possa eu, a partir de hoje, votar contra todas as
solicitações de tempos de homenagens dentro das Sessões regimentais de
segundas, quartas e sextas. Preferia antes de falar sobre o texto de meu
projeto, dizer que a partir de agora, eis que gostaria de ter me manifestado
desde a segunda-feira, votarei contra, juntamente com o Ver. Flávio Coulon para
que este uso específico de Sessões que são para que o trabalho da Câmara possa
fluir, sem que nunca diga que seja contra a qualquer Sessão Solene. Porque acho
que toda Sessão Solene que, traz, como algumas que estão trazendo à Casa, mais
de 150 pessoas, só fazem é dignificar e trazer pessoas para conhecer o trabalho
da Câmara de Vereadores. Exemplo típico é o da Sessão que, solicitada pelo Ver.
Pedro Ruas para homenagear a “Gazeta de Alegrete”, esta Câmara tem que se
sentir honrada quando o Plenário estava superlotado de pessoas que, certamente,
por outros motivos e por afazeres particulares, não estariam aqui e não viriam
à Câmara se não fosse esta homenagem. E, assim, conheceram e participaram dos
trabalhos desta Casa.
O Projeto de Lei que estou apresentando tem como primeiro item: cada
Vereador - e é um projeto que trago à Casa para ser amplamente discutido,
somente poderia solicitar um título por ano, independente de qual seja ele.
Toda votação será, pelo projeto que vou apresentar à Casa, secreta. Segundo
lugar: mantidos os “quoruns”, em lei, já estabelecidos, ou seja, se título de
Cidadão Emérito há uma necessidade de metade mais 1 presente, mas mesmo assim
seria votação secreta. Todos os títulos, todas as homenagens seriam por votação
secreta. Em matéria de título, não de Sessões Solenes para homenagear.
Terceiro lugar: os títulos votados num semestre seriam entregues no
outro semestre, para que nós não atropelássemos o Plenário com as necessidades,
inclusive, que o próprio homenageado passa a ter no momento em que seu nome é
posto ao público como homenageado e que certamente há aquela consideração de
quando será entregue. Por lei, o título seria, se aprovado, entregue no
semestre subseqüente, ou seja, como a Casa funciona de março a junho e de
agosto a dezembro, não haveria grande demora, porque um título aprovado em março/abril,
dentro de três meses estaria entregue. Um título aprovado no final do semestre
logo em seguida poderia ser entregue.
E por último, Sra. Presidente, todo título, toda homenagem, se aprovado o Projeto, deverá ter a assinatura do autor mais 10 Vereadores, compondo, então, o elenco de 1/3 a chancelar a solicitação de títulos para homenagearmos a tantas pessoas que merecem e que poderão vir a integrar as várias galerias de títulos existentes nesta Casa. Portanto, este é um projeto que vou trazer ao Plenário para ser exaustivamente discutido e acho que assim estou contribuindo para que nós possamos não eliminar e nem tampouco aumentar, mas disciplinar a concessão de títulos para Porto Alegre. Os 33 Vereadores, solicitando num ano, já teríamos 33 Sessões Solenes nos próximos dois semestres, o que certamente preenche o calendário desta Casa afora as outras sessões de homenagem a entidades, como foi o caso típico desta semana, com a Gazeta de Alegrete. Era isto, Sra. Presidente, que queria comunicar e também cumprimentar, mais uma vez, o Ver. Flávio Coulon, pela manifestação que fez do uso destas Sessões Ordinárias de segundas, quartas e sextas-feiras para as quais me integro junto com ele para a votação contra, independente da homenagem que seja realizada, qualquer manifestação desse tipo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar.
Estão encerrados os trabalhos.
(Levantam-se os trabalhos às 17h04min.)
* * * * *